INTRODUÇÃO: A esquistossomose mansônica é uma doença infectoparasitária causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni. A forma hepatoesplênica é caracterizada pelo envolvimento do fígado e do baço, com o desenvolvimento de espessamento dos espaços portais e hipertensão portal. Consiste em um endemia rural urbanizada, cuja manifestação clínica varia de uma dermatite leve à infecção crônica, podendo afetar, além dos órgãos supracitados, o sistema porta e suas tributárias, bem como a vesícula biliar. Essas alterações patológicas podem ser acessadas pela ultrassonografia (US), mostrando-se especialmente evidentes em formas avançadas da doença. MÉTODOS: Trata-se de um estudo qualitativo e de caráter descritivo baseado em revisão integrativa a partir da busca de artigos na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e livros. RESULTADOS: A esquistossomose hepatoesplênica (EHE) pode ser avaliada por outros exames de imagem, entretanto, a US constitui-se o método de escolha inicial. O espessamento fibroso periportal é o achado clássico desta patologia. Caracteriza-se no exame ecográfico como área de hiperecogenicidade periportal que pode acometer o tronco da veia porta, seus ramos direito e esquerdo e os intra-hepáticos periféricos. Outrossim, pode-se encontrar fibrose perivesicular, aumento do lobo hepático esquerdo e redução do direito, esplenomegalia e aumento do calibre das veias porta, esplênica e mesentérica superior, além de identificar a circulação venosa colateral. Observa-se o parênquima hepático com textura e ecogenicidade normais. A introdução do Doppler permite a análise hemodinâmica da circulação portal de maneira não invasiva, favorecendo o estudo da doença. CONCLUSÃO: A US é o método de escolha para avaliação inicial das alterações no fígado e baço causadas pela EHE, especialmente no diagnóstico da fibrose hepática e na classificação de sua intensidade, possuindo boa sensibilidade e especificidade.
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