Introdução: A morte materna, conforme a Organização Mundial da Saúde, é o óbito de mulher durante a gestação, o parto ou até 42 dias após o parto, devido a qualquer causa relacionada ou agravada por esse período, excluindo causas acidentais ou incidentais. Esse evento é um indicador relevante de saúde, refletindo as condições socioeconômicas e de qualidade de vida da população. As principais causas diretas de mortalidade materna estão associadas a complicações durante a gestação ou o parto, frequentemente decorrentes de intervenções inadequadas, técnicas incorretas ou negligência. Já as causas indiretas incluem condições médicas pré-existentes à gestação ou patologias desenvolvidas durante esse período. Objetivos: Avaliar a taxa de mortalidade materna no estado de Rondônia ao longo do período de 2013 a 2022. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo, que analisou a taxa de mortalidade em mulheres em idade fértil relacionada à gravidez, parto e puerpério no estado de Rondônia entre 2013 a 2022. Os dados foram coletados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e Sistema de Informação e Agravos de Notificação (SINAN), considerando variáveis-chave como ano, idade, cor e municípios mais impactados. Resultados: Durante esse período, um total de 205 óbitos relacionados à gravidez, parto e puerpério foram registrados. A maior taxa de mortalidade materna se deu no ano de 2021, 46 casos (22,4%), e a menor, em 2022, com 11 óbitos (5,4%). Ao analisar a distribuição geográfica, Porto Velho destacou-se como a localidade com a maior taxa de mortalidade materna, representando 77 casos (37,6%) do total de óbitos registrados, seguida por Vilhena, com 17 (8,3%) e Ariquemes, com 13 (6,3%). No que diz respeito à distribuição por faixa etária, identificou-se que mulheres com idades entre 30 e 39 anos foram as mais afetadas, respondendo por 41,5% óbitos maternos, seguidas pelas mulheres na faixa etária de 20 a 29 anos, que representaram casos 40% do total de óbitos. Além disso, em relação à cor, as mulheres pardas apresentaram o maior número de óbitos, com 117 casos, seguidas pelas mulheres brancas, com 54 óbitos. Conclusão: A análise quantitativa e percentual desses dados revela uma realidade preocupante no estado durante o período avaliado, destacando-se que a faixa etária entre 30 e 39 anos é o grupo mais vulnerável a esses eventos adversos e que questões de raça ainda definem óbito, o que vai ao encontro dos dados nacionais, que mostram maior vulnerabilidade do grupo de pretas/pardas ao risco de terem um pré-natal inadequado. Essas informações ressaltam a urgência de implementação de estratégias eficazes e políticas de saúde pública voltadas para a redução da taxa de mortalidade e para garantir melhores resultados de saúde para mulheres em idade fértil, com destaque para a promoção de acesso à contracepção já na maternidade, assim como educação e capacitação continuada para os profissionais de saúde responsáveis pela assistência ao pré-natal e ao parto, visando identificação dos casos de risco e intervenção precoce, com consequente redução da mortalidade materna a níveis aceitáveis.
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