Introdução:A eclâmpsia é uma complicação grave da pré-eclâmpsia, uma condição médica que impacta a saúde materna e fetal durante a gestação. Ela geralmente se desenvolve após a 20ª semana de gestação, embora possa ocorrer em estágios posteriores da gravidez ou até mesmo durante o trabalho de parto, e é caracterizada por hipertensão arterial, presença de proteína na urina e, em casos mais severos, convulsões. Uma das complicações menos exploradas, mas de extrema relevância, é o comprometimento cardíaco associado à eclâmpsia. Essa condição apresenta um desafio adicional na gestão de gestantes, demandando uma avaliação cardiológica precoce e intervenções específicas. Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico das pacientes que apresentaram óbito por eclâmpsia e pré-eclâmpsia entre 2013 e 2022 no estado de Rondônia. Método: Trata-se de um estudo descritivo que analisou a taxa de mortalidade em mulheres em idade fértil relacionada à gravidez, parto e puerpério no estado de Rondônia entre 2013 e 2022. Os dados foram coletados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), considerando variáveis-chave como idade, grau de escolaridade, municípios mais impactados e cor. Resultados: Durante o período de 2013 a 2022, ocorreram 2.776 óbitos no Brasil, com 25 casos (0,90%) registrados em Rondônia. A maioria dessas mortes foi atribuída à eclâmpsia, representando 60% (15 casos). Em relação ao nível de escolaridade, constatou-se que 1.155 mortes (41,6%) ocorreram em mulheres com ensino médio (8 a 11 anos de estudo) em todo o Brasil. Em Rondônia, a prevalência mais significativa ocorreu nas categorias de ensino fundamental e médio, com 7 e 8 mortes, respectivamente, totalizando 15 casos (60%). As mulheres de ascendência parda constituem a maioria dos casos fatais, representando 54,32% (1.508) dos óbitos. Além disso, no estado de Rondônia, essa proporção é ainda mais acentuada, com as mulheres pardas representando 72% (18) dos casos fatais. Com relação à idade, a faixa etária que apresentou maior mortalidade foi a de 20–29 anos (10 óbitos) e 30–39 anos (8 óbitos), totalizando 18 óbitos (72%), sendo 61% por eclâmpsia e 39% por pré-eclâmpsia. Por fim, a região com a maior quantidade de óbitos foi Porto Velho, com 36% (9 óbitos), seguida de Ji-Paraná, Ariquemes, Guajará-Mirim e Chupinguaia, com 2 óbitos cada. Conclusão: A mortalidade materna relacionada a complicações hipertensivas na gravidez é preocupante no Brasil, com a eclâmpsia sendo o diagnóstico com maior prevalência. O perfil epidemiológico dessas pacientes geralmente envolve mulheres com níveis médios de escolaridade, etnia parda, idade fértil, e a maioria desses óbitos ocorre em ambientes hospitalares.
Comissão Organizadora
ASSOGIRO
Comissão Científica
Presidente da Comissão:
Membros:
contato@assogiro.org.br