Introdução: A vida sexual está ocorrendo cada vez mais precocemente, o que aumenta os riscos de contaminação por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Esse cenário propicia comportamentos sexuais de risco, especialmente entre os jovens, que muitas vezes não possuem maturidade suficiente e carecem de informações adequadas. A sífilis adquirida é uma doença transmitida principalmente por meio de relações sexuais e, em alguns casos, verticalmente durante a gestação. Ela se manifesta em fases de atividade e inatividade, afetando o organismo de maneira generalizada e podendo levar a sérias complicações em indivíduos não tratados adequadamente. Objetivo: O objetivo deste estudo epidemiológico é descrever o perfil da sífilis entre pessoas do sexo feminino na faixa etária de 10 a 19 anos no estado de Rondônia. Método: Para alcançar esse objetivo, realizamos um estudo transversal e descritivo, com abordagem quantitativa. Coletamos dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e do Sistema de Informação e Agravos de Notificação (SINAN). As variáveis analisadas incluíram o total de notificações por sífilis, sexo e faixa etária. O período de análise foi de 2014 a 2023. Resultados: Durante a última década, foram notificados 602 novos casos de sífilis adquirida nas duas faixas etárias pesquisadas (10-14 anos e 15-19 anos). A análise dos dados revelou um aumento significativo nos casos totais de sífilis entre 2014 e 2022, com um pico de crescimento de 2333% em relação a 2014. Ao comparar o número de casos registrados no primeiro ano da pesquisa (6 em 2014) com o último (69 em 2023), observamos um aumento de 1000%, seguido por uma queda de 53% entre 2022 e 2023. A correlação entre as duas faixas etárias indica que o principal aumento ocorreu na faixa mais velha (15-19 anos), responsável pelo crescimento geral dos casos, com um aumento de cerca de 1500% em relação a 2014. A faixa etária mais jovem (10-14 anos) também apresentou aumento, embora em menor escala (cerca de 100% em relação a 2014). Conclusão: O perfil epidemiológico dos casos de sífilis em mulheres de 10 a 19 anos no estado de Rondônia, entre 2014 e 2023, evidenciou um aumento significativo da doença. A prevalência da infecção foi maior na faixa etária de 15 a 19 anos, enquanto na faixa mais jovem houve um aumento, porém em menor proporção. O aumento acentuado de casos nos anos 2018 e 2022 destaca a necessidade urgente de intervenções eficazes de prevenção e controle, por meio de estratégias de saúde pública bem direcionadas. Além disso, é importante ressaltar que a sífilis não é a única IST que pode afetar a saúde sexual e reprodutiva das mulheres.
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