A biópsia de vilosidades coriônicas (BVC) é uma técnica de diagnóstico genético pré-natal que envolve a coleta de amostras minúsculas da placenta. Este procedimento é considerado seguro e eficiente quando realizado por profissionais qualificados. Normalmente, a BVC é feita entre a 10ª e 12ª semana de gravidez, servindo como uma alternativa precoce à amniocentese (NUSSBAUM; MCLNNES; WILLARD, 2008). O procedimento foi introduzido pelo biólogo italiano Giuseppe Simoni e, desde então, tem se mostrado uma prática com baixo risco de perda fetal, nas mãos de especialistas experientes. Durante o exame, a área é então isolada com campos estéreis e anestesia local é administrada. Sob orientação de ultrassonografia, o médico insere cuidadosamente uma agulha através do abdômen da gestante até alcançar a placenta. Fragmentos microscópicos do tecido placentário são aspirados (CALDA, BRESTAK, 2009). Nesse sentido, o objetivo do estudo é apresentar uma revisão abrangente da BVC, incluindo seus princípios, aplicações, benefícios e riscos. Trata-se de uma revisão bibliográfica integrativa, na qual foram analisados artigos científicos publicados entre os anos 2004 a 2024, em qualquer linguagem, os artigos foram retirados de plataformas onlines de busca, incluindo Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Public Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (PubMed) a partir de estratégias de busca avançada auxiliada pelo operador booleano “AND” associando aos descritores retirados da lista de Descritores em Ciência da Saúde (DeCS/MeSH): “Biópsia de Vilosidades Coriônicas” AND “Medicina” OR “Chorionic Villus Biopsy” AND “Medicine”. A BVC é uma técnica que permite a análise do material genético do feto ainda durante o primeiro trimestre da gravidez, possibilitando a detecção precoce de anomalias cromossômicas, como a síndrome de Down, a síndrome de Edwards e a síndrome de Patau. A amostragem de vilosidades coriônicas permite o diagnóstico pré-natal de distúrbios por meio de análises citogenéticas, bioquímicas ou moleculares (NUSSBAUM; MCLNNES; WILLARD, 2008). As indicações mais comuns para diagnóstico genético pré-natal incluem o seguinte: Anomalia congênita no exame ultrassonográfico do primeiro trimestre, em casos onde a mãe é portadora de uma doença ligada ao sexo, qualquer um dos pais é portador de um distúrbio monogênico autossômico recessivo ou dominante, filho anterior com anomalia cromossômica, idade materna igual ou superior a 35 anos. Pesquisas demonstram que a perda fetal total da BVC é maior do que a da amniocentese e sua perda chega a 0,7% dentro de 14 dias, 1,3% em 30 dias e 2% em qualquer momento da gravidez (BHATT, 2017). As complicações mais graves do procedimento são a perda fetal e lesão ao feto, porém, o procedimento pode trazer outras complicações, como sangramento, infecção, ruptura das membranas. A amostragem de vilosidades coriônicas é um procedimento ambulatorial que coleta pequenas amostras da placenta para diagnóstico genético pré-natal, guiado por ultrassonografia em tempo real, geralmente entre 10 e 14 semanas de gestação. Comparada à amniocentese do segundo trimestre, a BVC oferece mais privacidade e reduz o período de ansiedade, pois os resultados são disponibilizados mais cedo na gravidez. Contudo, a BVC está associada a uma maior taxa de incerteza diagnóstica em comparação com a amniocentese.
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