A gestação de alto risco é aquela que possui qualquer condição que interfira ou possa interferir no bem-estar materno ou fetal. O alto risco está presente em cerca de 15,0% das gestações e pode referir-se a fatores pessoais, condições socioeconômicas desfavoráveis, doenças maternas anteriores. A estratificação de risco permite que se organize a assistência pré-natal de modo que as gestantes sejam atendidas conforme suas necessidades, sendo a equipe de saúde qualificada, de acordo com seu risco, objetivando atendimento coordenado, multidisciplinar, de forma que se possa otimizar os custos e se dê agilidade no atendimento e ao encaminhamento das pacientes quando a situação exigir. Desse modo, visando buscar segurança para mãe e o concepto, o protocolo de Transferência entre uma maternidade de risco habitual para um hospital de assistência a gestante de alto risco é de suma importância para que se tenha um bom desfecho gestacional. O objetivo desse estudo foi avaliar, por meio da análise de prontuários, os encaminhamentos realizados da Maternidade Municipal Mãe Esperança, um serviço de gestação de risco habitual, para o serviço de referência de gestação de alto risco de acordo com um protocolo pré-estabelecido. Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, realizado por meio de pesquisa documental, analisando os registros dos prontuários de pacientes atendidas na Maternidade Municipal Mãe Esperança e que foram encaminhadas para o serviço gestação de alto risco, no período de 01 de janeiro a 05 de abril de 2023. Foram analisados 5.236 prontuários das mulheres atendidas na Maternidade Municipal Mãe Esperança, e dessas 815(15,5%) foram referenciados ao hospital de assistência a gestante de alto risco. Tendo sido pelas principais comorbidades: 157(19,2%) doenças hipertensivas crônicas e gestacionais, 98(12%) trabalho de parto prematuro, 90(11%) diabetes gestacional, 8(0,98%) toxoplasmose, 8(0,98%) mola hidatiforme, 24(4,4%) infecção do trato urinário de repetição que foram encaminhadas seguindo o protocolo estabelecido entre as duas unidades, devido ao risco de complicações materno-fetal e necessidades de unidade de terapia intensiva (adulto e/ou neonatal), internação prolongada e exames de imagem, os quais não são disponibilizados na unidade de origem. Observamos que durante o primeiro atendimento na maternidade, as principais queixas relatadas foram: 1.304(24,9%) dor em baixo ventre, 850(16,2%) sangramento vaginal, 496(9,4%) contrações uterinas, 174(3,3%) perda de líquido amniótico, 152(2,9%) disúria, infeção do trato urinário 152 (2,9%) onde foram identificados os principais fatores de risco gestacionais que impossibilitavam a permanência da paciente na unidade de risco habitual. Por fim, 4.421(84,5%)% das gestantes atendidas que procuraram a maternidade de risco habitual, tiveram suas queixas resolvidas na mesma unidade.O alto fluxo de atendimentos realizados no período estudado na Maternidade Municipal Mãe Esperança, e o número de encaminhamentos para a unidade referência para gestação de alto risco, mostrou que com o seguimento do protocolo de transferência entre as duas unidades, além de um acompanhamento pré-natal de qualidade, com uma boa avaliação clínica das gestantes, identificando os fatores de risco relacionados à gestação de alto risco, possibilita o direcionamento adequado dessas gestantes para a rede assistencial especializada contribuindo assim para a prevenção de complicações maternas e fetais.
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