Introdução: A neoplasia maligna do câncer de mama, é o crescimento anormal e descontrolado das células das mamas, que se multiplicam e formam um tumor com potencial de invadir outros órgãos, sendo uma das doenças femininas mais letais do Brasil, também prevalente no sexo masculino. O número de mortes em decorrência desta neoplasia aumentou significativamente no Estado de Rondônia nos últimos anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta sobre a importância do diagnóstico precoce como a única garantia de que o tratamento proporcione a cura ao paciente. Objetivos: Analisar os dados epidemiológicos da mortalidade por neoplasia maligna do câncer de mama no Estado de Rondônia entre os anos de 2012 e 2022. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, descritivo e retrospectivo no qual foram analisados os dados de mortalidade por neoplasia maligna da mama no Estado de Rondônia no período de 2012 a 2022. Os dados foram coletados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde e do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) considerando variáveis-chave como sexo, faixa etária, raça/cor e municípios. Resultados: Durante o período analisado de 2012 a 2022, houve um total de 1.415 registros de óbitos por neoplasia maligna de câncer de mama. A taxa de mortalidade bruta apresentou um crescimento em média anual de 3,35%, sendo que, no ano de 2022 chegou a um total de 172 casos. A menor taxa ocorreu em 2012, com 54 casos notificados. A maior incidência foi em mulheres pardas representando 50% dos casos em comparação as outras cores/raça. Foi registrado o maior número de óbitos em mulheres entre 40 e 74 anos (73,75%) e a taxa de mortes no sexo masculino revelou-se insignificante, apenas 1,70% do número total de casos. Observou-se também uma disparidade regional na distribuição dos óbitos, com maior concentração nas regiões metropolitanas de Porto Velho e Cacoal. Conclusão: Os resultados encontrados vão ao encontro dos dados de literatura disponível, conforme esperado, com maior taxa de mortalidade em pessoas do gênero feminino, idade entre acima dos 40 anos e de cor preta/parda. Quanto a esse último dado, vale ressaltar maior prevalência em pardos, devido à miscigenação do país com muitas mulheres se declarando pardas em detrimento da cor preta. O crescimento progressivo nos números de óbito ratifica a necessidade de manter as campanhas extensivas de conscientização da população para a realização do exame de rastreamento (a mamografia), que comprovadamente reduz as taxas de mortalidade em virtude da detecção e tratamento em tempo oportunos, mas ainda é visto com preconceito por parcela significativa da população, constituindo ainda um tabu em nossa sociedade. Cabe também ressaltar a importância de ações de educação para a saúde em nível de assistência primária, com o intuito de orientar os sinais e sintomas de alerta aos quais todas as mulheres devem estar atentas e que, se presentes, devem levá-las a procurar o atendimento imediato para diagnóstico e início de tratamento precoce o que eleva a taxa de cura para níveis superiores a 95%.
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