Introdução: A eclâmpsia é uma complicação grave do período gestacional caracterizada por convulsões tônico-clônicas generalizadas em gestantes com hipertensão arterial. Essa patologia é responsável por complicações como insuficiência renal e descolamento prematuro da placenta. A mortalidade materna por eclâmpsia pode ser evitada com cuidados de saúde adequados durante a gravidez e o parto. Intervenções eficazes, incluindo cuidados pré-natais de qualidade e capacitação dos profissionais de saúde para identificar e tratar precocemente a eclâmpsia, são essenciais para reduzir essas mortes e melhorar os resultados de saúde materna. Orientar as gestantes sobre os sinais de alerta e garantir acesso a serviços especializados são medidas cruciais para prevenir complicações graves. Objetivos: Analisar a taxa de mortalidade de mulheres em idade fértil por eclampsia. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo, que analisou a taxa de mortalidade em mulheres em idade fértil relacionada à eclampsia no Brasil entre os anos de 2020 a 2022. Os dados foram coletados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e Sistema de Informação e Agravos de Notificação (SINAN), considerando a variável-chave regiões brasileiras. Resultados: O Brasil detém uma parcela significativa de mortalidade decorrente da eclâmpsia. Durante os anos de 2020 a 2022, ocorreram 430 óbitos de mulheres em idade fértil por eclâmpsia no país, com maior incidência na região Nordeste, com 171 óbitos, seguida pela região Sudeste 118 óbitos, Norte 91 óbitos, Sul 27 óbitos e Centro-Oeste 23 óbitos. Conclusão: Os dados evidenciam as problemáticas envoltas na assistência ao pré-natal, sendo necessário a implementação de medidas eficientes para a redução de mortalidade materna por eclâmpsia, através de intervenções direcionadas, tais como cuidados pré-natais abrangentes (como rastreio precoce; monitoramento regular da pressão arterial durante a gravidez; rastreamento das gestantes de risco através de exames solicitados em época oportuna durante o pré-natal para início de profilaxia com medicações que comprovadamente modificam morbidade, como cálcio e/ou ácidoacetilsalicílico, introduzidos antes das 16 semanas de gestação), educação das gestantes (sobre sinais de alerta e o acesso a serviços de emergência), capacitação continuada dos profissionais que integram a equipe de cuidados pré e peri-natais, com objetivo de identificar os sinais de agravos nas gestantes (como sinais de iminência de eclâmpsia, por exemplo), além de um manejo cuidadoso durante o parto. Dessa forma, a implementação dessas medidas pode, significativamente, melhorar os resultados maternos e neonatais, destacando a importância da colaboração entre profissionais de saúde e gestantes, reduzindo as taxas de óbitos neonatais e maternos.
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