Introdução: A toxoplasmose, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, representa um risco significativo à saúde pública, especialmente para gestantes e seus bebês. A infecção durante a gestação pode levar à toxoplasmose congênita, com graves consequências para o desenvolvimento fetal, incluindo aborto espontâneo, malformações congênitas e comprometimento neurológico. No Brasil, a toxoplasmose apresenta alta prevalência, variando entre 10% e 70% em diferentes regiões1. Objetivos: Analisar a incidência da toxoplasmose em gestantes no estado de Rondônia, no período de 2019 a 2023. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo retrospectivo, utilizando dados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de toxoplasmose em gestantes entre o período de 2019 e 2023. As variáveis analisadas foram: escolaridade, trimestre de gestação e faixa etária2. Resultados: No estudo analisado, foram registrados 1.494 casos de toxoplasmose em gestantes em Rondônia. A incidência da doença foi de 1,1%, com maior concentração entre mulheres com ensino médio completo com 402 casos (27%) e na faixa etária de 20 a 39 anos com 1.099 casos (73%). Em relação ao trimestre de gestação, observou-se maior incidência no segundo trimestre com 515 casos (34%) e ano de maior incidência foi o de 2019 com 387 casos (25,8%) seguido do ano de 2023 com 341 casos (22,8%). Os resultados deste estudo demonstram a alta prevalência da toxoplasmose em gestantes em Rondônia, corroborando com dados de outras regiões do Brasil. Diante o exposto os grupos de risco identificados foram mulheres com ensino médio completo, seguido por aquelas em idade fértil (20-39 anos), e o segundo trimestre gestacional como o de maior risco. Esse período coincide com a organogênese fetal, quando o desenvolvimento dos órgãos e sistemas está mais suscetível aos efeitos da infecção por Toxoplasma gondii. Fora identificado os anos de 2019 e 2023 com maior incidência, onde quase 50% dos dados se concentram neste período, podendo os demais anos terem relação com anos de pandemia, tendo possibilidade terem sido subnotificados. Esse achado pode estar relacionado à menor exposição ao parasita em ambientes com melhores condições de higiene e saneamento básico. Conclusão: Os resultados deste estudo reforçam a necessidade de medidas efetivas de prevenção e controle da toxoplasmose em gestantes, com foco nos grupos de maior risco. A educação em saúde sobre os modos de transmissão e as medidas de prevenção, aliada à realização de exames sorológicos pré-natais e no acompanhamento médico adequado, são ferramentas essenciais para minimizar o impacto da toxoplasmose na saúde pública de Rondônia.
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