Estima-se que até 2050, no Brasil cerca de 92% da população total viverá nas cidades. Com o aumento da urbanização na cidade de Campinas, considerada hoje uma metrópole do estado de São Paulo, a presença de animais silvestres nessa região também aumentou consideravelmente. O município é constituído por vegetação remanescente da Mata Atlântica, a qual foi desmatada em grande escala no século XVIII, com o intuito de cultivar a cana-de-açúcar. Com o passar do tempo a cidade cresceu a ponto de quase ter sido a capital do estado, o que não ocorreu por conta de uma epidemia de Febre Amarela. Atualmente a cidade possui apenas 3% da mata original sendo esse dividida em pequenos fragmentos, dentre os tais está o Parque Bosque dos Jequitibás, na região central da cidade, que abriga um mini zoológico. A questão norteadora, para a realização deste trabalho, partiu de uma entrevista com o médico veterinário coordenador do já referido parque. Durante a conversa, descobriu-se que, além de cuidar de animais em cativeiro, o zoológico atua também na reabilitação dos mesmos, os quais foram recolhidos pela Polícia Ambiental e que Campinas não possui um banco de dados para registrá-los. O objetivo principal do projeto, então, passou a ser sistematizar e analisar as ocorrências de notificação de animais silvestres presentes na área urbana encaminhados ao Bosque dos Jequitibás pela Polícia Ambiental no período de 2015 a 2020 e os encaminhamentos realizados pelo parque que visa o bem-estar animal. Pretende-se desenvolver um banco de dados, a partir das ocorrências registradas, estabelecendo padrões de composição (grupos taxonômicos) e distribuição espacial (organização por georreferenciamento). Atualmente, a compilação de tais dados presentes nos boletins de ocorrência está sendo feita para uma planilha a fim de que se possa estabelecer correlações entre eles. Resultados preliminares apontam a predominância de ocorrência de aves (Psitacídeos, maritacas e papagaios, Falconiformes, gaviões, e Strigiformes, corujas), as quais segundo dados publicados pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (2013), se adaptam melhor aos desafios do ambiente das cidades. Tal fato é explicado pelo fato dos pássaros se deslocarem mais facilmente pelo ar e usarem a estrutura das edificações para fazer ninhos. Dentre os mamíferos, destacam-se os Didelfídeos (gambás). Ações de educação ambiental vem sendo realizadas com o objetivo de melhorar o entendimento de situações de conflitos entre humanos e animais silvestres. Os resultados esperados desse projeto são demonstrar o importante papel da Polícia Ambiental no resgate de animais silvestres, bem como o papel do Zoológico de atuar na reabilitação dos mesmos, já que o município, apesar de possuir mais de 1 milhão de habitantes, não conta um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS).
Comissão Organizadora
Mateus Alex Barbosa Dedê
Comissão Científica