A Insegurança alimentar no Brasil e outras partes do globo, é um problema provocado pela desigualdade social, expondo famílias em diferentes faixas etárias, à fome, no campo e na zona urbana. Pesquisas recentes afirmam que 6 entre 10 brasileiros, sofrem com a falta de alimentos, trazendo como consequência a fragilidade na saúde, além de afetar o psicológico das populações que se encontram nesta condição de vulnerabilidade. Nesse contexto, a pesquisa surgiu com o objetivo de desenvolver e vivenciar atividades na Agrofloresta Avós da Terra, que maneja alimentos saudáveis através dos princípios da agrofloresta. Vale ressaltar que, o estudo objetiva, também, fortalecer ações voltadas à popularização da planta Cnidoscolus aconitifolius (Mill.) I.M.Johnst., denominada Chaya, conhecer melhor suas propriedades nutricionais em busca da utilização, gerando impactos positivos na segurança alimentar e nutricional das famílias. O projeto teve início no mês de maio de 2021, em permanência por tempo indeterminado, abordando uma metodologia qualitativa-descritiva, articuladas com revisão de literatura, além de análises fundamentadas em pesquisa de campo, em um intercâmbio com a agrofloresta Avós da Terra, localizada em um espaço urbano na periferia do Bairro Leandro Bezerra, na cidade de Juazeiro do Norte, Ceará. No referido espaço, funciona o Laboraterra, coletivo que promove uma fusão de ideias a partir de atores da comunidade local, e alunos da Escola de Ensino Médio Governador Adauto Bezerra. Os resultados do estudo mostram que o método da agrofloresta potencializa o desenvolvimento dos vegetais, maior abundância, proteção do solo e a produção de alimentos saudáveis. Foi ainda possível, realizar o reaproveitamento das águas servidas em um círculo de bananeiras, atingindo o âmbito ambiental. Foram realizados momentos para colheita e doação dos produtos da agrofloresta, alcançando 15 famílias da comunidade do entorno, colheita das folhas de chaya e produção do pão de Chaya para a comunidade local, e realização de oficina no CRAS, localizado na Colina do Horto, assim como a doação de mudas da Chaya para as mulheres da localidade. Ainda, foram doadas hortaliças para a ABEMAVI, associação que trabalha com moradores em situação de rua na distribuição de refeições, destacando o ganho na dimensão Social. O aspecto econômico ganha pelo incentivo de replicação de pequenos sistemas agroflorestais, transformando os quintais da comunidade, em espaços produtivos para autonomia em sua nutrição em primeiro plano, além de promover a troca de produtos, fortalecendo rede de afetos e pertencimento ao lugar. Ações futuras estão sendo articuladas no sentido da implantação de uma estufa em formato de geodésica para o cultivo de mudas de hortaliças, garantindo a sustentabilidade da agrofloresta e das hortas existentes no entorno que, no período de estiagem, sofrem com a escassez de mudas, além da distribuição de brotos de Chaya em embalagens ecologicamente corretas. A partir dos frutos e produtos da agrofloresta, produzir doces e patês, para sustento do local favorecendo o aspecto econômico e a geração de renda, assim como a realização trocas solidárias. Por fim, a partir do resgate de hábitos de plantar e partilhar dos povos tradicionais, de forma colaborativa, contemplar a dimensão cultural.
Comissão Organizadora
Mateus Alex Barbosa Dedê
Comissão Científica