Estudo longitudinal de atitudes e afetos de brasileiro em dois momentos da pandemia da Covid-19.

  • Autor
  • Luria Daher Baptista
  • Co-autores
  • Felipe Valentini , Claudia Carla Caniatti , Aldo Mendes Filho
  • Resumo
  •  

    Estes resultados referem-se ao estudo longitudinal realizados com brasileiros no início da pandemia da COVID-19 - abril/2020 (tempo 1) e um ano após, abril/2021 (tempo 2), tendo como objetivos comparar atitudes, opiniões e afetos nos dois momentos. A amostra no tempo 1 foi de 589 pessoas com idade média de 37,7 anos (DP=13,2), e 216 pessoas no tempo 2 (36,7% da amostra do tempo 1); com média de 38,6 anos (DP=13,4), maioria brancos, solteiros, paulistas, cursando graduação ou pós-graduação. Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, responderam via on-line: questionário de crenças e atitudes relacionadas a COVID-19, questões sobre afetos e uma escala de sintomatologia de depressão (EDADEP). Estatísticas descritivas e inferenciais foram realizadas pelo programa estatístico JAMOVI. Inicialmente foi realizada uma análise paralela e fatorial exploratória dos itens de afetos no tempo 1, resultando em dois fatores (afetos positivos e negativos). Na sequência foi realizada, no tempo 2 uma Análise Confirmatória desta estrutura, obtendo-se índices de ajustes adequados [? 2 (gl)=271(113); CFI= 0,95; TLI= 0,94; RMSEA=0,08], as cargas fatoriais foram altas (> 0,62). A comparação dos afetos nos dois tempos, bem como da sintomatologia de depressão, a partir do teste de Wilcoxon, demonstraram que os afetos negativos e sintomas de depressão se acentuaram no tempo 2 (p< 0,05), com tamanhos de efeito pequeno (d=-0,16 e d=-0,27). Os mesmos procedimentos estatísticos foram realizados em relação às crenças e atitudes sobre a COVID-19, sugerindo a extração de três fatores: a) crenças conspiratórias e redução de medidas restritivas; b) crenças de importância da ciência e apoio de medidas de distanciamento social, e c) crenças religiosas. O ajuste do modelo confirmatório das crenças e atitudes foi de [? 2 (gl)=109(70); CFI= 0,94; TLI= 0,92; RMSEA=0,05]. Em termos de comparação dos tempos, não houve diferença estatisticamente significativa destes fatores, além do que, o tamanho de efeito, se mostrou pequeno (d<0,11). Por fim, buscou-se, a partir da análise ANOVA mista avaliar se o aumento dos sintomas depressivos esteve associado aos fatores de atitudes frente à COVID-19 do tempo 1 em relação ao tempo 2, não se encontrando predição estatística. Contudo, pode-se concluir que houve estabilidade de estrutura afetiva e de atitudes nas respostas do tempo 2, sendo possível realizar a comparabilidade dos dados no presente estudo. Houve também o aumento de afetos negativos e sintomas depressivos, mas os positivos não tiveram diferença estatisticamente significativas, quase não mudaram. Não teve diferença de opiniões e atitudes e o humor não se relacionou com as atitudes. Sendo assim esse estudo foi importante para avaliar a diferença entre a relação da atitude e humor durante um ano de pandemia.

  • Palavras-chave
  • Estudo longitudinal, atitude, humor, Covid-19
  • Área Temática
  • Ciências da Saúde
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