Introdução: A Doença Inflamatória Intestinal (DII), que abrange tanto a Doença de Crohn (DC) quanto a Colite Ulcerativa (CU), é uma enfermidade crônica marcada por inflamações recorrentes no intestino. Essa condição está relacionada a um desequilíbrio no sistema redox e a um aumento no estresse oxidativo. Um dos principais indicadores desse processo é o malondialdeído (MDA), um subproduto do estresse oxidativo, que tem o potencial de causar danos a proteínas e DNA, contribuindo para o agravamento das inflamações e a progressão da doença.
Objetivo: Avaliar a ligação entre fatores de risco e o estresse oxidativo, medida pelos níveis de MDA, em pacientes com DII.
Métodos: Foi conduzido um estudo transversal no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), situado em Maceió, Alagoas, que é um centro de referência no Estado para o acompanhamento de pacientes com DC ou CU pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo envolveu 58 pacientes, e foram avaliados os perfis sociodemográfico, clínico e comportamental dos participantes.
Resultados e discussão: Os resultados do estudo mostraram que o sexo masculino e o peso corporal estão fortemente associados a níveis elevados de MDA, sugerindo que esses grupos podem ser mais propensos ao estresse oxidativo. Essa associação indica que homens e indivíduos com maior peso corporal podem apresentar um maior desequilíbrio no sistema redox, o que aumenta a vulnerabilidade ao dano celular causado pelo estresse oxidativo. Além disso, foi observado que os pacientes com DC apresentaram níveis significativamente mais altos de MDA em comparação aos pacientes com CU. Isso sugere que o estresse oxidativo pode ser mais intenso na DC, possivelmente relacionado à gravidade das manifestações inflamatórias dessa condição em comparação à CU.
Conclusão: O estudo mostrou que homens e pessoas com excesso de peso estão mais propensos ao estresse oxidativo, com níveis de MDA mais altos, o que sugere que o peso corporal é um fator importante. Embora não tenham sido encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos DC e CU em relação a variáveis como IMC e percentual de gordura corporal, observou-se que pacientes com CU tendem a ter uma maior prevalência de excesso de peso e uma menor prevalência de eutrofia em comparação com pacientes com DC, o que pode influenciar os níveis de MDA. Ainda, os pacientes com DC apresentaram níveis de MDA significativamente mais elevados em comparação aos pacientes com CU. Além disso, a análise revelou que o sexo masculino foi significativamente associado a níveis mais elevados de MDA, tanto na análise univariável quanto na multivariável, indicando uma associação significativa entre sexo e níveis de MDA. Esses achados sugerem que intervenções personalizadas, levando em conta fatores como sexo, peso e tipo de doença, podem ser essenciais para melhorar os resultados clínicos, com ênfase em terapias antioxidantes e mudanças no estilo de vida.
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