Introdução: Atualmente, o ritmo de trabalho urbano provoca muitas mudanças nos padrões alimentares dos brasileiros, haja vista que a busca por alimentos processados e ultraprocessados cresce exponencialmente no cerne brasileiro. Isso direciona os indivíduos a uma alimentação predominantemente industrializada, com elevada densidade calórica, distanciando-se do consumo de fontes in natura e minimamente processadas (INMP). Associada às mudanças nos padrões alimentares, o fator socioeconômico é vital para favorecer o poder de compra entre os consumidores, influenciando diretamente na alimentação e na nutrição das mulheres. Segundo a Organização Mundial da Saúde no ano de 2019, a probabilidade de mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil chegou a 37% entre o público feminino, culminando no surgimento de metas e estratégias para atenuar os impactos decorrentes das DCNTs no Brasil. Por sua vez, o padrão alimentar baseado em alimentos ultraprocessados (AUP) pode culminar no surgimento de DCNTs. Objetivo: Descrever o consumo alimentar de mulheres residentes em Maceió em 2023. Métodos: Estudo transversal com microdados do VIGITEL 2023, nos quais foram incluídas apenas mulheres adultas (18-59 anos) que residiam em Maceió. Não foram incluídas mulheres que estavam gestantes. Para a descrição do consumo alimentar foram utilizados os marcadores do consumo regular, que se referem ao consumo de 5 vezes ou mais na última semana dos seguintes grupos alimentares: hortaliças; frutas; frutas, legumes e verduras; feijão; e refrigerante. Além disso, foram utilizados os marcadores do consumo alimentar no dia anterior à entrevista, composto por alimentos INMP e AUP. Estes marcadores geram dois indicadores: (a)consumo de 5 ou mais de INMP; e (b)consumo de 5 ou mais de AUP. Resultados e discussão: Para está análise foram incluídas 303 mulheres. A maioria referiram idade entre 18 e 29 anos (31,33%; IC95%: 24,42; 39,19), tinham entre 9 e 11 anos de escolaridade (47,48%; IC95%: 39,72; 55,36) e autodeclararam-se brancas (25,65%; IC95%: 19,52; 32,92). Com relação a avaliação do consumo alimentar, observou-se que 43,33% (IC95%: 35,66; 51,34) relataram o consumo regular de hortaliças, 63,64% (IC95%: 55,89; 70,75) de frutas, 32,53% (IC95%: 25,27; 40,76) referiram o consumo regular de frutas, legumes e verduras, e 56,68% (IC95%: 48,89; 64,16) de feijão. Destaca-se que o consumo regular de refrigerantes foi relatado por 10,27% (IC95%: 6,44; 15,97) da amostra avaliada. Por fim, o consumo de 5 ou mais alimentos INMP e AUP foram, respectivamente de, de 27,02% (IC95%: 20,23; 35,10) e 17,08 (IC95%: 11,67; 24,32). Conclusão: É possível observar que as mulheres de Maceió possuem o consumo regular de hortaliças, frutas e feijão. No entanto, uma pequena parcela referiu o consumo adequado de frutas, legumes e verduras, o que sugere que a ingestão combinada desses alimentos ainda não é uma prática comum entre as mulheres. Além disso, 17,08% da amostra analisada, alegava consumir 5 ou mais AUP, evidenciando um considerável consumo deste grupo de alimentos diariamente.
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