HQS E MÚSICA: CRÍTICAS AO RACISMO E À INTOLERÂNCIA NAS NARRATIVAS VISUAIS E SONORAS

  • Autor
  • ELZA REGINA MENDES OLIVEIRA
  • Co-autores
  • Gustavo da Silva Ramos
  • Resumo
  • Resumo
    A oficina “HQs e Música: Críticas ao Racismo e à Intolerância nas Narrativas Visuais e Sonoras” foi desenvolvida com estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental da rede pública, com o objetivo de discutir de forma crítica e criativa temas como o preconceito racial e a intolerância social. Partindo da constatação de que tais temas ainda são pouco abordados de maneira efetiva nas escolas, a ação buscou construir um espaço pedagógico de reflexão, valorização da diversidade cultural e combate a práticas discriminatórias. A problemática que orientou a proposta foi: de que forma as histórias em quadrinhos e as músicas podem atuar como ferramentas pedagógicas eficazes no enfrentamento ao racismo e à intolerância?

    A prática foi estruturada em três etapas interativas: na primeira, os estudantes coloriram desenhos de super-heróis e discutiram os significados atribuídos às cores e suas possíveis implicações simbólicas e raciais. Em seguida, participaram de um jogo da memória com personagens negros dos quadrinhos, acompanhando a leitura de suas histórias e refletindo sobre sua importância na representatividade social e midiática. Por fim, os alunos foram convidados a criar seus próprios personagens autorais e a compor poesias ou letras de música com temáticas relacionadas ao enfrentamento do racismo e à valorização da cultura negra, culminando em uma apresentação coletiva. A metodologia adotada privilegiou o protagonismo estudantil, o trabalho colaborativo e a articulação entre arte, linguagem e cidadania.

    O referencial teórico que sustentou a prática teve como base os estudos de Bibe-Luyten (2001), que discute as HQs como meios de comunicação ideológica e crítica social; Guerra (2011), que analisa os quadrinhos como formas de representação dos imaginários sociais; e McCloud (1995), que aprofunda a compreensão da linguagem visual presente nas HQs e seu potencial comunicativo. Tais autores contribuíram para que os estudantes pudessem desenvolver leituras críticas das imagens, textos e músicas trabalhadas, identificando discursos de resistência ou reforço de estereótipos.

    Como resultados parciais, observou-se forte engajamento dos estudantes nas atividades propostas, que demonstraram interesse, criatividade e espírito crítico ao longo da oficina. As produções autorais revelaram compreensões mais amplas e conscientes acerca das questões raciais e sociais. Muitos participantes relataram nunca ter refletido anteriormente sobre as mensagens transmitidas por HQs e músicas populares, o que confirma o valor pedagógico dessas linguagens como instrumentos de sensibilização e transformação social.

     

    A relevância da experiência reside em seu potencial formativo, tanto para os estudantes quanto para os educadores envolvidos, promovendo uma educação antirracista alinhada aos eixos temáticos do COPED, especialmente no que se refere à valorização das culturas populares, à diversidade étnico-racial e à promoção de uma educação pública de qualidade. A prática reafirma a importância da abordagem interdisciplinar, da arte como linguagem crítica e do fortalecimento do protagonismo juvenil como estratégia para o enfrentamento das desigualdades no ambiente escolar.

  • Palavras-chave
  • Combate a Preconceitos, Educação transformadora, HQs e mídias.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Saberes e Práticas Educativas
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