A MATEMÁTICA QUE ENCANTA: A AFETIVIDADE COMO CAMINHO PARA A APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS
Andreia Tavares Santos
Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG)
Mairam Julia Gomes Moreira
Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG)
Eixo: Saberes e Práticas Educativas
Palavras-chave: Afetividade. Ensino de Matemática. Educação Básica.
Contextualização e justificativa da prática desenvolvida. A presente experiência foi desenvolvida no âmbito do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), subprojeto Matemática, com turmas do Ensino Fundamental I, em uma escola pública da rede municipal da cidade de Bocaiuva/MG. Paralela à prática do uso de materiais concretos como base do processo de aprendizagem das crianças, surge uma identificação com a situação social de carência dos mesmos, como reflexo da vida pregressa desta autora, que carregava cadernos em embalagem de arroz e se sente impulsionada a amparar o outro que se encontra na mesma situação.
Problema norteador e objetivos. Durante as observações iniciais, percebeu-se a dificuldade com os conceitos matemáticos por associarem a disciplina a sentimentos de frustração e medo. Diante desse cenário, buscou-se promover o ensino de matemática de forma lúdica e acolhedora.
Procedimentos e/ou estratégias metodológicas. A estratégia que orientou a experiência foi: De que forma a afetividade pode contribuir para a aprendizagem de matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental? As atividades foram planejadas com base na abordagem construtivista e realizaram-se por meio de jogos, uso de materiais manipuláveis (como tampinhas, palitos, blocos lógicos e cartazes coloridos), contação de histórias matemáticas e resolução de problemas. No entanto, ao longo da prática, percebeu-se que o verdadeiro diferencial não estava apenas nos recursos utilizados, mas no vínculo criado com os alunos através da escuta atenta, incentivo constante, respeito às individualidades e celebração das conquistas, por menores que fossem.
Fundamentação teórica que sustentou/sustenta a prática desenvolvida. A experiência sustentou-se em autores como Vygotsky (1984), ao defender que o desenvolvimento cognitivo ocorre na interação social mediada pela linguagem e afeto, e em Wallon (2007), que destaca a importância das emoções na formação do sujeito.
Resultados da prática e a relevância social da experiência para o contexto/público destinado. O ensino de matemática, quando permeado por relações afetivas e significativas, pode romper barreiras emocionais e promover um processo de aprendizagem mais humano, inclusivo e eficaz. Desta feita, observou-se significativa melhora na participação dos alunos durante as aulas de matemática, maior interesse e aumento da autoconfiança.
A experiência contribui para o eixo temático “Saberes e práticas educativas” ao demonstrar que a construção do conhecimento está profundamente ligada à qualidade das relações estabelecidas em sala de aula.
Considerações finais
A vivência no PIBID reafirmou a importância da formação docente voltada para o desenvolvimento de competências emocionais e relacionais. Aprender matemática deixou de ser um desafio temido e a escola se torna lugar de encontros, vínculos e transformações que deixará marcas de amor.
Referências
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC, 1997.
VYGOTSKY, Lev Semenovich et al. A formação social da mente. São Paulo, v. 3, 1984.
WALLON, Henri Paul Hyacinthe. A evolução psicológica da criança. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
KOCHHANN, Andréa; DA SILVA ROCHA, Vanessa Amélia. A afetividade no processo ensino-aprendizagem na Perspectiva de Piaget, Vygotsky e Wallon. Anais da Semana de Integração da UEG Câmpus Inhumas, v. 2, n. 1, p. 524-533, 2015.
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XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
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