Colonialidade e Licenciatura: tecituras coloniais na formação inicial de professores/as de Música

  • Autor
  • Thiago Martins de Menezes Costa
  • Co-autores
  • Raiana Maciel do Carmo
  • Resumo
  •  

    Este trabalho é parte de uma pesquisa em andamento de mestrado em Educação. Visando discutir as licenciaturas sob a lente do pensamento decolonial, este estudo apresenta reflexões sobre as influências da colonialidade no âmbito da formação inicial de professores/as no Brasil e, de maneira específica, na formação de docentes em Música. A relevância da temática abordada neste texto está evidenciada pela contribuição teórica sobre uma formação inicial docente preocupada com a diversidade e a justiça social, em vistas de que o pensamento decolonial desvela processos de violência historicamente consolidados e questiona as hegemonias estruturais na educação. Nesse sentido, por meio de uma revisão bibliográfica narrativa, foi realizada a construção de um marco teórico conceitual sobre os principais conceitos do pensamento decolonial – a saber, colonialidade (Maldonado-Torres, 2007; 2018; Mignolo, 2006; Quijano, 2005) e decolonialidade (Maldonado-Torres, 2018; Mignolo, 2010; Walsh, 2009) –, suas dimensões e como operam, no Brasil, sobre as concepções das universidades (Carvalho 2018; Castro-Gómez, 2007), das licenciaturas e da identidade profissional docente. Por fim, foram somados a essa discussão os resultados de trabalhos em diálogo com o pensamento decolonial, que analisam currículos de licenciaturas em Música de universidades de todas as regiões do Brasil (Queiroz, 2017; 2020; 2023; Pereira, 2012). Os resultados parciais das discussões propostas já apontam para a existência de tecituras da colonialidade na organização da educação superior no Brasil, que se desdobram sobre identidade profissional docente e a formação inicial de professores/as. Nas licenciaturas em Música, essas tecituras se somam a traços de colonialidade que perpassam esses cursos, que ainda apresentam um caráter homogêneo e fortemente marcado por um habitus conservatorial (Pereira, 2012) em todas as regiões do país. Assim, tais estruturas formadas pela operação da colonialidade são conceituadas como tecituras coloniais, que revelam as influências do colonialismo sobre a organização do mundo e seu impacto na educação. Considera-se que as reflexões alcançadas podem promover mudanças efetivas na descontinuação da colonialidade na formação de professores/as, com destaque aos/às licenciados/as em Música, na medida em que delineamentos decoloniais emergem no âmbito da educação superior, oferecendo aporte teórico insurgente no âmbito da formação inicial docente e da educação musical.

  • Palavras-chave
  • Colonialidade, Formação Inicial de Professores, Licenciatura em Música
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Educação e Diversidade
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