Resumo Simples
Com este estudo, analisa-se a medicalização na educação infantil, sob a ótica da Psicologia Histórico-Cultural, e da Psicologia Escolar Crítica. Fundamentado em Vigotski, problematiza-se a redução do desenvolvimento humano a fatores biológicos, visão que desafia concepções universais e fixas da infância, reconhecendo que as práticas e significados associados à criança e ao seu desenvolvimento são influenciados por múltiplos fatores sociais, políticos e econômicos. A Psicologia Escolar Crítica, de Patto, denuncia o uso abusivo de diagnósticos para explicar o fracasso escolar. Argumenta-se que a perspectiva histórico-cultural se contrapõe à medicalização, que prioriza uma visão individual e biológica, fomentando a banalização de diagnósticos psiquiátricos na infância. No contexto da educação infantil, a construção social da infância é atravessada por práticas que, muitas vezes, classificam comportamentos e habilidades infantis com base em padrões normativos. Assim, os diagnósticos precoces acabam por moldar a percepção dos educadores e familiares sobre o que é "normal" e o que é "desviante", rotulando crianças que não se enquadram em determinadas expectativas. Por meio de pesquisa qualitativa em educação, de entrevistas semiestruturadas, e de análise de discurso, como artigo, busca-se desvelar as interpretações da medicalização na educação infantil, e mostrar como se alimenta esse processo nessa perspectiva, incentivando uma reflexão crítica sobre o tema.
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XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
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