DESCOLONIZANDO SABERES: ENSINO DE IDENTIDADE RACIAL EM AULAS DE LÍNGUA INGLESA
Roberta Carvalho Santana
Unimontes
robertacarvalhosantana21@gmail.com
Educação e Diversidade
Palavras-chave: Língua Inglesa; Identidade Racial; Estágio Supervisionado.
Resumo – Relato de Experiência
Contextualização e justificativa da prática desenvolvida
Este relato decorre do Estágio Curricular Supervisionado em Regência no Ensino Médio, em uma escola pública estadual com turmas do 2º e 3º ano. Diante dos desafios enfrentados pelas juventudes negras no Brasil, a prática pedagógica partiu da necessidade de discutir o racismo e promover o reconhecimento da diversidade cultural no espaço escolar, contribuindo para a formação de uma consciência crítica dos estudantes.
Problema norteador e objetivos
A prática foi orientada pela pergunta: como promover o reconhecimento e a valorização da identidade racial por meio de uma abordagem crítica e interdisciplinar? Objetivou-se: fomentar a reflexão crítica sobre o racismo; incentivar o protagonismo discente com metodologias ativas; e usar a literatura, a música e o debate como instrumentos de resistência e afirmação identitária.
Procedimentos e/ou estratégias metodológicas
Analisou-se a música This is America (2018) e as obras The Color Purple (2019) e Quarto de Despejo (2007). As aulas foram organizadas em três eixos: apresentação e debate de obras; análise crítica de videoclipes e narrativas visuais; aplicação da metodologia de Problem-Based Learning (PBL) com os estudantes em grupos discutindo problemas ligados ao racismo e propondo intervenções.
Fundamentação teórica que sustentou/sustenta a prática desenvolvida
A base teórica envolveu Munanga (1999), sobre identidade negra no Brasil, e Hooks (2013), que traz uma abordagem interseccional das opressões. A metodologia ativa PBLse inspirou em Freire (1996), priorizando o diálogo e a pedagogia crítica como formas de emancipação.
Resultados da prática
Os resultados revelaram um aumento expressivo no engajamento dos estudantes, sobretudo os negros, que se reconheceram nas discussões. As apresentações finais revelaram uma compreensão crítica sobre o racismo e o desejo de transformação social. A experiência contribuiu para a formação de sujeitos conscientes e participativos frente às desigualdades raciais.
Relevância social da experiência para o contexto/público destinado e para a educação e relações com o eixo temático do COPED
A experiência foi relevante ao incentivar reflexões sobre o racismo e valorizar a identidade negra, fortalecendo a autoestima e o pensamento crítico dos estudantes. Alinhado ao eixo Educação e Diversidade do COPED, este relato reafirma o papel da escola como espaço de transformação e o professor como agente de uma educação antirracista.
Considerações finais
A experiência evidenciou o potencial transformador da educação antirracista, aliada à arte, à literatura e a práticas participativas. O trabalho com identidades raciais ampliou o repertório crítico dos estudantes e reforçou a escola como espaço de resistência e cidadania. Ressalta-se a importância da formação docente comprometida com a equidade racial.
Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GAMBINO, Childish. This is America. Direção de Hiro Murai. Estados Unidos: mc DJ Recording/RCA Records, 2018. 1 videoclipe (4min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VYOjWnS4cMY. Acesso em: 23 abr. 2025.
HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. Trad. Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2007.
MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Petrópolis: Vozes, 1999.
WALKER, Alice. The Color Purple. London: Penguin Books, 2019.
Comissão Organizadora
XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
Comissão Científica