Retornar ao ambiente universitário após anos de afastamento representa, para muitos estudantes de meia-idade, um desafio que vai além do conteúdo acadêmico: trata-se de lidar com um novo cenário educacional marcado por tecnologias digitais, metodologias ativas e demandas cognitivas distintas das vivenciadas anteriormente. Este trabalho nasce da experiência de acadêmicos cuja última vivência escolar formal ocorreu ainda no ensino médio, em um contexto analógico e com ferramentas didáticas bastante diferentes das atuais. O distanciamento prolongado das práticas escolares, aliado às transformações tecnológicas e às mudanças nos processos de aprendizagem ao longo do tempo, pode dificultar o domínio de recursos como tablets, plataformas virtuais, editores de texto e apresentações digitais. Tais barreiras, quando não reconhecidas institucionalmente, tendem a comprometer a autoestima, o desempenho e a permanência desses estudantes no ensino superior. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo refletir sobre a importância de políticas públicas e estratégias institucionais voltadas ao acolhimento e ao apoio desse perfil discente. Propõem-se, como alternativas, o acompanhamento psicológico e motivacional, a criação de grupos de apoio interdisciplinares e a implementação de monitorias voltadas às disciplinas com maior complexidade técnica. Com abordagem qualitativa, a análise fundamenta-se em relatos pessoais e observações em contextos acadêmicos diversos. O referencial teórico inclui autores como Libâneo (2007) e Arroyo (2012), que abordam a equidade no ensino e os desafios da gestão educacional diante da diversidade geracional. Vinculado ao eixo “Políticas Públicas e Gestão da Educação”, este estudo defende a adoção de práticas institucionais que promovam um ambiente mais inclusivo, equitativo e sensível às múltiplas trajetórias dos estudantes no ensino superior.
Comissão Organizadora
XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
Comissão Científica