EDUCAÇÃO PATRIMONIAL COM OS ALUNOS DA E. E. EVERARDO BOTELHO EM SÃO FRANCISCO

  • Autor
  • Jennifer Taisa Moreira Tavares Alves
  • Co-autores
  • Mariana Alves França , Suellem Martins Santos , Tamília Alves dos Santos
  • Resumo
  • Este relato de experiência apresenta uma ação pedagógica desenvolvida no contexto do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), com estudantes do ensino básico da Escola Estadual Everardo Gonçalves Botelho, situada no município de São Francisco, no norte de Minas Gerais. A proposta partiu do entendimento da educação patrimonial como uma ferramenta potente para o resgate da memória coletiva, fortalecimento das identidades locais e formação cidadã, se inserindo nos debates contemporâneos sobre a valorização dos saberes regionais e das práticas educativas comprometidas com as realidades socioculturais dos territórios escolares.

    O projeto teve início com a identificação da ausência de práticas escolares que abordassem o patrimônio local de maneira crítica e significativa. Diante disso, propôs-se uma intervenção didática que permitisse aos estudantes se reconhecerem como parte da história viva de sua cidade. A partir de um mapeamento coletivo, realizado com o apoio de professores, estudantes e membros da comunidade, foram identificados diversos bens culturais, tanto materiais quanto imateriais, presentes em São Francisco, como igrejas históricas, festas populares, manifestações religiosas, culinárias e narrativas orais.

    Com base nesse levantamento, foi elaborado um roteiro turístico-pedagógico, pensado de forma acessível e interdisciplinar, envolvendo áreas como História, Geografia, Artes e Língua Portuguesa. Os bolsistas do PIBID atuaram como mediadores culturais, guiando os estudantes pelas visitas aos pontos selecionados, promovendo discussões críticas sobre o valor simbólico e histórico dos patrimônios explorados. Durante essas atividades, foi incentivada a escuta ativa das memórias dos moradores mais antigos da cidade, aproximando os jovens das histórias locais e promovendo o diálogo intergeracional.

    Os resultados da experiência demonstraram a eficácia da proposta. Os estudantes participantes se mostraram envolvidos, curiosos e orgulhosos ao reconhecer que seus saberes cotidianos e sua cultura fazem parte da história local. A escola, por sua vez, fortaleceu seu papel como espaço de preservação da memória e construção coletiva do conhecimento. Para os pibidianos, a vivência proporcionou não apenas o desenvolvimento de competências pedagógicas, mas também uma ampliação do olhar sobre as potencialidades do ensino em contextos periféricos e interioranos.

    A relevância social da iniciativa é notável, pois promoveu o fortalecimento de vínculos entre escola e comunidade, valorizando as culturas populares e o protagonismo juvenil. Inserida no Eixo 5 do COPED, que trata dos saberes e práticas educativas, a ação evidencia como a educação patrimonial pode articular teoria e prática, escola e território, saber acadêmico e saber comunitário. Em um cenário de crescente apagamento das culturas locais e de desafios enfrentados pela escola pública, essa experiência reafirma a potência das práticas educativas.

  • Palavras-chave
  • Educação patrimonial, Ensino básico, Resgate da memória, História pública.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Saberes e Práticas Educativas
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