A Educação Matemática, quando analisada sob uma perspectiva filosófica, abrange diversas concepções de ensino e possibilidades para a construção de conhecimentos. Se configura, também, como um campo de reflexão crítica sobre a teoria e a prática pedagógica. Conforme Bicudo e Garnica (1999), essa abordagem busca romper com a visão positivista e dogmática da Matemática, promovendo um ensino pautado na investigação e na problematização do conhecimento. Isso significa que os processos de ensino e aprendizagem da Matemática não devem se restringir a fórmulas e regras, mas considerar sua relação com a sociedade, a cultura dos estudantes e seus professores. Além disso, essa abordagem propõe que a Matemática não seja vista apenas como um conjunto de conceitos abstratos, mas como um conhecimento dinâmico, que influencia e é influenciado pelo mundo. Dessa forma, o ensino e a aprendizagem da Matemática precisam integrar questões sociais, culturais e políticas, promovendo a construção significativa e crítica do conhecimento (Zorzan, 2007). Este estudo consiste numa revisão de literatura realizada nas aulas da disciplina Fundamentos e Metodologia da Matemática I, no 4º período do curso de Pedagogia, no Campus Brasília de Minas/MG. E, também, na realização de entrevistas com professoras dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental em escolas públicas do município citado. O objetivo deste trabalho é ampliar o conhecimento sobre a pluralidade de saberes e fazeres no ensino da Matemática, buscando metodologias adequadas às necessidades dos estudantes. Os resultados apontam que a Filosofia da Educação Matemática não apenas questiona a natureza dos objetos matemáticos, mas vai além, analisando o conhecimento em si e propondo alternativas para um ensino mais dinâmico, crítico e alinhado às demandas da sociedade contemporânea. As professoras entrevistadas relataram que, em sua prática cotidiana, acontecem momentos de reflexão. Entretanto, não articularam esses momentos à tendência da Filosofia em Educação Matemática. Enfatizaram que suas aulas são baseadas em práticas na perspectiva cultural e identitária do discente e que as dificuldades são sanadas com intervenções para o desenvolvimento das habilidades não consolidadas. Nesse sentido, conclui-se que os estudantes têm sido estimulados a construir o conhecimento matemático por meio do levantamento de hipóteses, da elaboração de estratégias próprias e conjecturas, bem como da interação com seus pares, sob a intervenção do professor. Portanto, cabe aos educadores matemáticos – professores e pedagogos – refletir sobre sua postura nos processos de ensino e aprendizagem, considerando a pluralidade de perspectivas e as possibilidades de construção contínua do saber.
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XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
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