O ensino de língua inglesa para crianças (LIC) tem ganhado destaque nas redes de ensino brasileiras, sobretudo privadas, impulsionado por demandas sociais e pelo avanço da oferta de idiomas na educação infantil. Embora a LDB determine o ensino de inglês apenas a partir do 6º ano do ensino fundamental, a oferta da disciplina em anos iniciais evidencia a desigualdade formativa entre os ensinos privado e público. Além disso, essa expansão da LIC expõe um descompasso entre as demandas das instituições e a formação inicial de professores de Letras Inglês, tradicionalmente voltada ao Ensino Fundamental II e Médio (Camargo, 2022). A formação para a educação infantil, por sua vez, é atribuída aos cursos de Pedagogia, que não contemplam o ensino de inglês, criando um vácuo formativo. Tudo isso justifica a presente pesquisa, que busca responder, através da metodologia da revisão bibliográfica, quais são as práticas e desafios desta modalidade de ensino, e assim atender aos objetivos de (1) realizar uma revisão bibliográfica sobre o tema e (2) sistematizar as principais discussões sobre a prática de LIC nacionalmente. Percebe-se que muitos professores adotam práticas tradicionais de ensino, inclusive quanto à avaliação, evidenciando a necessidade de formação contínua e reflexiva sobre práticas avaliativas condizentes com o paradigma interacionista (Fidalgo, 2005; Pacianello, 2023). Este cenário apresenta ainda a demanda por disciplinas específicas de LIC nos currículos de cursos de formação inicial. Segundo as pesquisas revisadas, a sala de aula deve ser um ambiente de trocas significativas e contextualizadas, onde o professor atua como mediador entre os conhecimentos prévios da criança e os conteúdos escolares. Esse paradigma valoriza atividades como histórias infantis, dramatizações e jogos, que potencializam a aprendizagem ao promoverem a linguagem como ferramenta de construção de sentido (Tonelli, 2013).
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XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
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