A conversa é uma atividade vital praticada no cotidiano, que demonstra nossos hábitos culturais e identidades. Malinowski (1923, p. 315) define a linguagem “não como um instrumento de reflexão, mas como um modo de ação”, sendo vista como um paradigma de uso da língua. No estudo da conversa, revelou-se que há aspectos importantes na sociabilidade, no comportamento, bem como nas organizações de hierarquia, nas construções de identidades e nos indivíduos que participam da sociedade. A Língua Brasileira de Sinais (Libras) teve o seu reconhecimento através da Lei n.º 10.436 (Brasil, 2002), como meio de comunicação da comunidade surda brasileira. E o Decreto n.º 5.626 (Brasil, 2005) regulamenta a lei supracitada que dispõe sobre a inserção da Libras como disciplina obrigatória nos cursos de formação de professores e fonoaudiologia e outras providências. Assim, como toda língua, a Libras possui variações linguísticas, que ocorrem com base nas diferentes faixas etárias, gêneros, costumes, tradições, regiões, formação, profissão, estrato social e outros. Contudo, essa pesquisa propôs analisar a variação linguística existente na Libras, no processo de comunicação em diferentes contextos e no enriquecimento do léxico, abordando o conceito de fala-em-interação, proposto por Have (2007), que explicita o estudo de análise da conversa cotidiana e a interação institucional. Dessa forma, surge o seguinte problema de pesquisa: De que forma as variações linguísticas da Libras se manifestam nos contextos de interação social e institucional? O problema de pesquisa gira em torno da variação linguística na Libras e sua manifestação nos diferentes contextos de comunicação e interação social. Esse estudo foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica, possibilitando verificar os sinais utilizados em diferentes situações do cotidiano, sejam elas formais ou informais. Essa pesquisa evidencia a importância de estudos que abordam sobre a variação linguística da Libras e as incidências na sinalização do público-alvo, proporcionando averiguar o processo de organização lexicográfica que tende a acontecer devido à língua ser um instrumento de uso efetivo. Durante a pesquisa, notamos que muitos sinais oferecem diferentes possibilidades de sinalizar, o que indica diferentes viabilidades de análises e possivelmente a variação linguística. No campo da educação, essa pesquisa é relevante pois implica reconhecer a Libras não como um código fixo, mas como um sistema dinâmico e multifacetado. Na área da diversidade, o estudo contribui ao valorizar as diferentes formas de expressão dentro da Libras, promovendo o respeito às variações linguísticas como forma de reconhecer a pluralidade cultural da comunidade surda.
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XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
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