Vozes juvenis: o desenvolvimento de jornais estudantis no Colégio Estadual Central de Belo Horizonte durante a Ditadura Civil-Militar (1975-1979)

  • Autor
  • Bruno Geraldo Guimarães Gonçalves
  • Resumo
  • O presente estudo analisa o surgimento e a produção de jornais estudantis no Colégio Estadual Central de Belo Horizonte, entre 1975 e 1979, durante a Ditadura Civil-Militar brasileira, com foco nas vozes e perspectivas juvenis que emergiram em um contexto de repressão política. O golpe de 1964 instaurou um regime autoritário que restringiu direitos civis e perseguiu opositores, entre eles o movimento estudantil, historicamente associado à luta por direitos democráticos. A repressão aos estudantes teve início logo após o golpe, com ações como o ataque à sede da UNE. No entanto, o meio estudantil não era homogêneo em sua relação com o regime. Estudos (Braghini, 2010; Lima, 2020) classificam os estudantes em três grupos: a juventude subversiva, a juventude estudiosa e a juventude conservadora. O Colégio Estadual Central, referência em ensino na capital mineira, possuía um movimento estudantil expressivo, o que o tornou alvo de vigilância e repressão. A instituição passou por transformações internas com o objetivo de controlar a atuação política dos estudantes. Ainda assim, entre 1975 e 1979, surgiram jornais estudantis que refletiam as tensões do período e revelavam diferentes posicionamentos juvenis frente à Ditadura. A pesquisa adota a metodologia de análise de conteúdo (Bardin, 1971) para examinar três impressos: O Avestruz (1975), Caminhando Contra o Vento (1977–1979) e Voz do CCEMA (1977). Os dois primeiros foram produzidos por estudantes críticos ao regime, enquanto o último estava vinculado ao Centro Cívico, única entidade estudantil permitida nas escolas, com apoio da direção e do governo. A análise desses jornais demonstra a existência de distintas abordagens e conteúdos, diretamente relacionados às posições políticas dos grupos envolvidos. Mesmo centrados no universo escolar, esses impressos evidenciam que os estudantes secundaristas mineiros não estavam alheios ao contexto político nacional e desempenharam um papel relevante na resistência e na conformação das dinâmicas sociais durante a Ditadur

  • Palavras-chave
  • Impressos Estudantis. Belo Horizonte. Estudantes Secundaristas
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • História da Educação
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