A 14.945/2024 que (re)formulou o Novo Ensino Médio mas tem sido alvo de debates e críticas no cenário das políticas públicas educacionais. O objetivo deste resumo é discutir as variáveis ambiguidade - espaço dado pela política para interpretação e adaptação dos implementadores tanto com relação aos meios como aos fins (Lotta et al, 2021) - e conflitos - associado à interdependência entre os atores e à divergência de objetivos (Lotta et al, 2021) - da equipe gestora presentes no processo de implementação do Novo Ensino Médio. O referencial teórico está ancorado em estudos no campo de Políticas Públicas Educacionais e Gestão Escolar (Lotta, 2014; Saraiva, 2024). A abordagem metodológica é qualitativa, exploratória e constitui-se de revisão bibliográfica realizada na base de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO) com os seguintes descritores: Novo Ensino Médio; implementação; gestão escolar. Os 11 artigos encontrados foram agrupados em duas categorias: Novo Ensino Médio e Implementação. Na primeira categoria os 6 artigos indicam que os objetivos do Novo Ensino Médio foram (re)estabelecidos de forma impositiva. Embora o nível de ambiguidade tenha se mantido baixo, observou-se um alto grau de conflito em relação aos objetivos e/ou aos instrumentos da política. Na segunda categoria, composta por 5 artigos, identificou-se que as mudanças propostas interagem com contextos locais específicos, resultando em desfechos distintos em diferentes escolas. Essas especificidades levaram a um cenário de implementação simbólica, em que os atores enfrentam dificuldades para transformar as diretrizes políticas em ações concretas, o que acaba por aumentar os níveis de conflito e ambiguidade no momento da implementação da política.
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XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
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