Relato de Experiência
Contextualização e justificativa da prática
O Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) objetiva inserir licenciandos nos espaços escolares, vivenciando práticas significativas que colaborem para a sua formação acadêmica e profissional. Neste sentido, o Subprojeto de Alfabetização tem como fundamento o trabalho com o alfabetizar na perspectiva do letramento, enquanto direito da criança e caminho para o desenvolvimento da linguagem (Unimontes, 2024). No PIBID Unimontes/Pirapora, o “Projeto de Intervenção Pedagógica Cartas” (Mendes; Lélis, 2025) está movimentando as escolas atendidas pelo programa, sublinhando o papel social da leitura e da escrita e ensinando crianças a ler e a escrever.
Problema norteador e objetivos
O diagnóstico de leitura e escrita das crianças revelou que muitas delas, mesmo em turmas de 3º ao 5º anos do ensino fundamental, ainda encontram-se no início do processo de alfabetização. O projeto Cartas objetiva propiciar a interação com a escrita e a leitura em situações de prática social, construindo conhecimentos linguísticos a partir da aprendizagem do sistema de escrita alfabética.
Procedimentos metodológicos
As pibidianas estão desenvolvendo atividades com as crianças que envolvem leitura, escrita de cartas e envelopes; função do gênero textual; criação e uso de selos; conhecimento sobre endereços; trocas entre escolas e leitura de livros literários. A elaboração de correspondências pelas crianças abrange situações contextualizadas e explora temas como a origem dos nomes e formação de novas amizades. Além disso, elas aprendem sobre si mesmos e seus colegas por meio de informações sobre brincadeiras, comidas preferidas e outras curiosidades sobre quem trocam as cartas.
Fundamentação teórica da prática
Práticas de alfabetização ganharam novo significado a partir dos estudos de Ferreiro e Teberosky (1999) e Soares (2020; 2007). Aprender a ler e a escrever deixou de configurar-se como técnica de ensino voltando-se para as formas de aprendizagem do sistema notacional da escrita. Nessa guinada epistemológica, o letramento insere a função social do ler e escrever como fundamento básico para a contextualização da aprendizagem.
Resultados da prática
Iniciado em fevereiro de 2025, o projeto vem movimentando as escolas com as trocas de correspondências, as visitas de carteiros, atividades de alfabetização (como jogos), acionando a aprendizagem da leitura e da escrita das crianças. Observa-se também a motivação das pibidianas com a intervenção. Dia a dia, novas aprendizagens são registradas apontando que, até o final do projeto, em julho, haverá avanços significativos.
Relevância social para o contexto/público destinado e para a educação e relações com o eixo temático
Experiências de alfabetização dialogam com a formação de professores e disseminam práticas que podem produzir outras práticas e interferir na formação de professoras e crianças.
Considerações finais
Formar professoras alfabetizadoras comprometidas com a aprendizagem contextualizada da leitura e da escrita é um grande desafio. Dessa forma, o PIBID apresenta-se como uma rica oportunidade formativa para as licenciandas, transformando o espaço escolar em “Ateliê de Aprendizagem” pelo acesso a práticas significativas nesse campo e preparando-as para a docência.
Referências
MENDES, J. A. C.; LÉLIS, U. A. Práticas de intervenção no PIBID: Cartas. Pirapora, 2025. mimeo.
______. Letramento: um termo em 3 gêneros. B. Horizonte: Autêntica/CEALE, 2007.
UNIMONTES. Sub-projeto Alfabetização. M. Claros, 2024.
Comissão Organizadora
XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
Comissão Científica