“O Velho Chico”, como é conhecido o Rio São Francisco, é muito mais que um rio: é elemento mais importante na vida das comunidades que vivem em suas margens (ALMEIDA; CÔRTES, 2017). Este estudo nasceu da necessidade de entender como a educação pode fortalecer a relação entre essas populações e o rio, especialmente em um momento em que os saberes tradicionais estão se perdendo. A pesquisa parte de uma inquietação simples, mas profunda: como fazer com que crianças e adolescentes ribeirinhos compreendam que o São Francisco não é apenas água, mas história, identidade e sustento (BRASIL, 2020)? A metodologia utilizada foi uma pesquisa de campo com pescadores, professores e lideranças comunitárias, a fim de compreender melhor as relações que eles mantinham com o rio. Os resultados mostraram desafios e um afastamento preocupante das novas gerações em relação às tradições ribeirinhas (DIEGUES, 2008). O resultado da pesquisa demonstra que as soluções para resolver a crise do “São Francisco” (ANA, 2016) devem unir ciência e conhecimento popular. Este trabalho é, acima de tudo, um convite a ouvir as vozes do Velho Chico e das comunidades. A relação com o eixo saberes e práticas apresenta-se como um convite para inserir no currículo dos saberes da cultura ribeirinha.
Referências
ALMEIDA, J.; CÔRTES, P. Cultura e Território nas Margens do São Francisco. Salvador: EDUFBA, 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Relatório de Conservação do Rio São Francisco. 2020.
DIEGUES, A. C. O Mito Moderno da Natureza Intocada. 6ª ed. São Paulo: Hucitec, 2008.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Diagnóstico do Rio São Francisco. Brasília: ANA, 2016.
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XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
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