O presente estudo, desenvolvido no âmbito de uma tese de doutorado em Educação, analisou as vivências e expectativas de alunos da Educação Especial e Inclusiva da Escola Estadual João de Deus Dias, localizada em Francisco Sá – MG, com foco na eficácia do processo de ensino e aprendizagem. A pesquisa insere-se na linha de Práticas Pedagógicas e Educação Inclusiva, tendo como ponto de partida a ausência de dados locais sobre a temática, conforme apontado por levantamentos do IBGE, e a experiência prática da autora como docente e estagiária em educação especial. O problema central da pesquisa consistiu em investigar se as práticas pedagógicas implementadas atendem às necessidades e expectativas dos estudantes da educação especial e inclusiva. Os objetivos incluíram a análise do contexto histórico e legislativo da inclusão no Brasil, a avaliação da percepção da comunidade escolar quanto a políticas públicas, formação docente, práticas pedagógicas, estrutura da escola, e as interações entre alunos, família e professores. A pesquisa baseou-se em autores renomados como Mantoan (2003), que discute a inclusão escolar, Garcia (2017) e Martins et al. (2020), que tratam das políticas públicas, e Fávero et al. (2009) e Ropoli (2010), que abordam o papel das tecnologias assistivas e das salas de recursos no processo educacional inclusivo. Esses referenciais forneceram o embasamento teórico necessário para compreender os desafios enfrentados pela comunidade escolar. A metodologia adotada foi qualitativa, baseada em estudo de caso único, com aplicação de métodos hermenêuticos, analíticos e observacionais, proporcionando uma análise profunda do cotidiano escolar. A coleta e análise dos dados revelaram avanços importantes, como o uso de práticas pedagógicas adaptadas e maior interação entre os alunos, promovendo autonomia e autoestima. No entanto, persistem desafios significativos, como a escassez de tecnologias assistivas, ausência de formação continuada para professores, e a baixa participação das famílias no processo educacional, conforme apontado por autores como Sassaki (2005) e Silva e Filho (2023). A pesquisa demonstrou que uma educação inclusiva de qualidade requer a superação dessas barreiras estruturais e formativas. A efetividade do ensino passa por investimentos em infraestrutura, capacitação contínua de professores, ampliação de salas de recursos multifuncionais e uma parceria efetiva entre escola e família. A valorização das diferenças e o respeito à diversidade foram destacados como pilares para a construção de uma escola verdadeiramente inclusiva. Alinhado ao eixo “Educação e Diversidade” do COPED, o estudo contribui para reflexões críticas sobre equidade, justiça social e inclusão, reafirmando a necessidade de práticas pedagógicas que contemplem a pluralidade de sujeitos e promovam a participação ativa de todos os envolvidos no processo educacional.
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XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
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