A ambientação que se passa na obra “O Cortiço”, publicado em 1890 pelo naturalista Aluísio de Azevedo é necessária para a prática escolar já que é uma forma didática de discutir como foi o período pós-abolição, todos sabemos o que aconteceu em 1888, mas o que houve com a população após isso é algo interessante de se ver na escola, a maioria dos estudantes tem como decorado todo o processo que levou a assinatura da carta pela princesa Isabel, porém os resultados dessa assinatura quase não são conhecidos, é assim que poderemos adentrar neste assunto em sala de aula. O livro, coloca olhos sobre as pessoas marginalizadas após a época da abolição, onde a narrativa descreve um Brasil oitocentista que se passava por várias reformas sociais e políticas. A pesquisa tem como objetivo implementar os estudos acerca da abolição da escravatura dentro da sala, de uma forma que coloque a literatura brasileira como uma fonte básica dos estudos sobre a história do país, e assim o estudante desenvolver o seu pensamento crítico acerca de tal conteúdo histórico, fazendo-o pensar como foi o Brasil após tal mudança política. Através da Lei 10639/2003, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 9 de janeiro de 2003, a qual refere-se à obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana na educação básica do Brasil, a adaptação de tal ferramenta de estudo seria aplicada, tendo como uma das bases principais para o estudo do Brasil pós-abolição da escravatura o livro “O cortiço” de Aluísio de Azevedo. Após introduzir a leitura da obra aos alunos, desenvolvemos uma aula expositiva relacionando a literatura aos eventos históricos correspondentes a história e formação da sociedade brasileira após a assinatura da Lei Áurea. Posteriormente, propomos um debate acerca deste contexto oitocentista, o qual, resultou na reflexão e problematização coletiva discente. O estudo por meio dessa narrativa mostra como é importante a análise escolar acerca desses problemas enfrentados no século XIX, destacando a importância da ação da Lei 10639/2003 no ambiente docente. Deste modo, a obra nos fornece o cenário de um novo panorama cultural, social e político na estrutura dos grandes pólos urbanos brasileiros, possibilitando aos professores o uso do livro para ensinos que buscam compreender a história do país, e também problematizar o uso da exclusão as diversidades e pluralidades para promoção de desigualdades sociais, aplicadas essencialmente às pessoas pretas, no período pós-abolicionista.
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XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
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