Rebeca Silva Chagas Pessoa
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Eixo: Educação Matemática
Palavras-chave: Mitos, formação inicial docente, anos iniciais
Contextualização e justificativa da prática desenvolvida
Aqui relata-se a experiência vivenciada por uma discente do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), campus de Vitória da Conquista, durante as aulas de Conteúdo e Metodologia do Ensino Fundamental de Matemática, desenvolvidas no curso de Pedagogia. Nesta disciplina foram abordados aspectos sobre o ensino de matemática para os anos iniciais.
Dentre os conteúdos discutidos em aula, o tema mitos sobre a Educação Matemática chamou a atenção, pois possibilitou uma reflexão crítica sobre práticas pedagógicas adotadas nessa etapa escolar e os desafios enfrentados no ensino de Matemática. O texto de Spinillo e Magina (2004) intitulado: “Alguns ‘mitos’ sobre a Educação Matemática e suas consequências para o ensino fundamental” foi a base para nossa discussão. Esse texto traz uma análise sobre como essas ideias podem influenciar a forma como ensinamos e aprendemos Matemática. São destacados 10 ‘mitos’ que se propagam dentro das escolas, como por exemplo: O material concreto é essencial para o ensino da Matemática inicial; um problema para cada operação: problemas de adição, de subtração, de multiplicação e de divisão; as novas tecnologias são a chave para a aprendizagem da Matemática ou são um modismo que vai passar?
Problema norteador e objetivos
Esse relato tem por objetivo levantar reflexões a respeito de alguns mitos sobre a Educação Matemática no ensino fundamental. Esses temas foram selecionados com base no alto nível de aceitação ou de rejeição que apresentam entre os professores. Refletir sobre esses mitos torna-se essencial para se rever determinadas posições e esclarecer outras em relação ao ensino da Matemática.
Estratégias metodológicas
A professora da disciplina separou os mitos em duplas, para leitura, pesquisa e discussão. Diversas reflexões surgiram sobre como ensinar Matemática de forma que as alunas que já atuam em escolas dos Anos Iniciais se surpreenderam. Foi interessante perceber que muitos desses mitos ainda estão presentes nas práticas pedagógicas relatadas. Nas outras aulas foi feito a análise de questões que envolvem as quatro operações, que foram elaboradas pelas alunas da disciplina.
Fundamentação Teórica
Tais questões foram analisadas à luz da Teoria dos Campos Conceituais que defende que o pensamento matemático envolve um conjunto de conceitos, situações, procedimentos e representações. A construção destes campos acontece à medida que as vivências em sociedade e na escola são exploradas (Souza; Perovano; Januario, 2024).
Resultados da prática
A partir da discussão dos textos e das experiências vivenciadas ficou claro que, independentemente das ferramentas e metodologias adotadas, a figura do professor é essencial no processo de aprendizagem. O professor é um facilitador que precisa estar atento às necessidades dos alunos e à maneira como eles se relacionam com o conhecimento. A mediação é fundamental para que os alunos compreendam os conceitos e façam conexões.
As discussões realizadas em sala de aula apontam que é possível transformar o ensino tradicional em uma abordagem mais envolvente e significativa. Muitas das reflexões mostraram que os alunos podem ser desafiados a pensar de forma mais crítica, pois assim vão desenvolver habilidades além da execução de operações.
Considerações
Como futura professora de Matemática, o texto de Magina e Spinillo (2004) me fez refletir sobre o quanto certos mitos estão enraizados nas práticas pedagógicas e tidos como tradicionais e corretos. Essa percepção é preocupante, pois como apontam Costa e Pinheiro (2016) se o professor sentir dificuldade com os conceitos de Matemática, essa dificuldade certamente será repassada a seus alunos.
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XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
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