Resumo–Relato de Experiência
Este relato propõe repensar o trabalho de conclusão de curso (TCC) que fiz durante a graduação, que tratava da formação docente, inserindo a temática diversidade.
Contextualização e justificativa da prática desenvolvida
Na graduação que fiz no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG)-Campus Salinas, em 2018, escrevi o TCC: “Um autorretrato dos professores de práticas sobre suas metodologias”, que não tratou da questão da diversidade cultural.O trabalho surgiu da necessidade de conhecer e compreender melhor a prática específica do curso de licenciatura em física.
Problema norteador e objetivos
Partindo de uma série de questionamentos, a pesquisa objetivou investigar as metodologias mais utilizadas pelos profissionais de prática pedagógica específica na formação inicial. O presente trabalho, procura problematizar o ensino de física através da categoria da diversidade.
Procedimentos e/ou estratégias metodológicas
A pesquisa foi qualitativa e o instrumento de coleta de dados foi uma entrevista com professores de Física do IFNMG e um grupo focal de discentes do oitavo período do curso. Como fiz perguntas voltadas ao uso de metodologias, à formação inicial, deveria ter trazido questões que abordem os aspectos da diversidade cultural.
Fundamentação teórica que sustentou/sustenta a prática desenvolvida
A partir de pesquisa bibliográfica, discutiu-se no TCC sobre os currículos e o ensino de física no Brasil, a formação pedagógica e o uso de metodologias no ensino.
Na presente revisão concordamos com Walsh, entendendo que “os contextos de educação não são todos iguais e que as diferenças entre escolas, alunos, professores e comunidades devem orientar abordagens, métodos e conteúdos” (Walsh, 2005, p.32). Assim, falar de formação e prática pedagógica é falar de diversidade cultural, mais especificamente a interculturalidade. Nesse sentido, poderia citar também autores como Candau (2012) e Silva (2017).
Resultados da prática
O trabalho é de extrema relevância, pois evidenciou que os discentes anseiam por aulas mais experimentais e com coerência entre teoria, prática e avaliação. Os docentes, têm expectativas num ensino mais focado em leitura, debate, resolução de problemas e uso de tecnologias. Apesar de tratar da formação docente e do uso de metodologias, o trabalho não considerou as diversas realidades sociais, étnicas e culturais dos alunos, nem problematizou o currículo de Física a partir de uma visão intercultural.
Considerações finais
A pesquisa demonstrou-se incompleta, por não inserir aspectos que envolvem a diversidade cultural. A categoria diversidade, mostrou-se essencial para pensar a realidade onde o aluno está inserido. É necessário incluir cientistas, recursos e práticas que valorizem a cultura local do aluno, uma formação em física que pense na equidade, na justiça e no respeito às diferenças.
Referências
CANDAU, Vera Maria Ferrão. Educação e interculturalidade: desafios e perspectivas. Petrópolis: Vozes, 2012.
SILVA, Célia Regina da. Ensino de Física e relações étnico-raciais: desafios e possibilidades. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, v. 34, n. 3, p. 768–793, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.5007/2175-7941.2017v34n3p768. Acesso em: 11 maio 2025.
SOARES, Débora Cristina. Aparecida. Um auto-retrato dos professores de práticas sobre suas metodologias. 2018. 65 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Física) – Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Salinas, Salinas, 2018.
WALSH, Catherine. Interculturalidade e colonialidade do poder: um pensamento e posicionamento "outro" desde a diferença colonial. Revista Educação e Sociedade, Campinas, v. 26, n. 91, p. 32, jan./abr. 2005.
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