Este resumo apresenta um extrato de uma pesquisa em desenvolvimento, cujo objetivo geral é compreender como se dá o processo educativo-musical nas relações estabelecidas entre o pianista colaborador e o cantor. Os atributos da trajetória histórica, musical e educacional do pianista colaborador se delineia de acordo com sua interação com os fenômenos sociais e psicossociais nos quais está imerso. Essa interação é afetada pelas distintas percepções de mundo em cada período da música, elementos os quais, quando combinados com as diversas áreas do conhecimento, orientam as práticas e comportamentos do músico colaborador. O referencial teórico e a revisão da literatura organizam-se em seções que abordam a fenomenologia de Schütz (1970), da sociologia da educação musical (Kraemer, 2000), da música enquanto campo de conhecimento e prática social (Souza, 2014; Arroyo, 2002), além das terminologias que caracterizam o pianista colaborador em suas especificidades. A importância do cotidiano, os papéis sociais desempenhados e a dinâmica entre o pianista colaborador e o cantor, no âmbito da educação musical, são abordados como eixos centrais para a compreensão dessas relações, sob a ótica da sociologia da educação musical. Para a coleta de dados, utilizou-se da entrevista compreensiva de Kaufmann (2013), na qual encontra-se na fase de análise e discussão dos dados. Os dados empíricos destacam a trajetória de quatro pianistas colaboradores, suas motivações para atuarem como colaboradores, os espaços de atuação profissional e as qualidades mais admiradas nessa função. Os pianistas entrevistados compartilham trajetórias distintas, mas convergem em experiências musicais, educacionais e profissionais. Cada um iniciou sua jornada musical em contextos familiares, religiosos ou educacionais, com influências tanto espontâneas quanto direcionadas pelos pais. O principal objetivo desses pianistas é a construção de uma parceria estética no processo performático, transformando a execução em uma experiência de coautoria, com o processo musical e colaborativo se desenvolvendo em uma interação pedagógica e uma negociação estética entre os participantes. A performance, segundo a perspectiva dos entrevistados, é entendida como resultado de uma colaboração que se consolida ao longo dos ensaios, onde a flexibilidade, a escuta atenta e a maturidade nas relações se mostram decisivas para a qualidade artística que se pretende alcançar.
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XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
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