A qualidade da educação básica no Brasil constitui tema central nas agendas de pesquisa e formulação de políticas públicas, dada sua relevância para o desenvolvimento humano, social e econômico. Há, nesta etapa de construção de políticas publicas, desigualdades estruturais que afetam a qualidade do ensino. A valorização do trabalho, particularmente nas ocupações técnicas e profissionais, permanece desarticulada das práticas educacionais. Nesse contexto, torna-se necessário analisar o alinhamento entre as políticas educacionais e as exigências contemporâneas do mundo do trabalho. Pretende-se analisar comparativamente as políticas e práticas educacionais voltadas à educação básica e sua relação com a valorização social do trabalho no Brasil, em diálogo com indicadores e recomendações da OCDE e da OIT. A pesquisa fundamenta-se em uma abordagem crítica da educação e do trabalho. Adota-se o conceito de qualidade socialmente referenciada (Dourado, 2009), que compreende a educação como direito social, vinculado à justiça e à equidade. A pedagogia histórico-crítica (Saviani, 2013) sustenta a escola como espaço de formação humana e emancipação. No campo do trabalho, Marx (2013) contribui com a teoria do valor-trabalho e a noção de alienação, enquanto Durkheim (1999) aborda a divisão do trabalho como geradora de coesão social. Weber (2004) complementa com a análise da racionalidade moderna e dos valores que orientam a valorização simbólica do trabalho. Por fim, os indicadores e relatórios da OCDE e da OIT oferecem parâmetros internacionais para análise comparativa sobre educação e trabalho. A pesquisa possui abordagem qualitativa, orientada pelo método hermenêutico-dialético. Serão realizados estudos documentais e bibliográficos, com análise de relatórios da OCDE, da OIT, e de políticas públicas educacionais brasileiras. A análise será guiada pelos pressupostos da sociologia crítica e da educação comparada. Espera-se evidenciar a distância entre os parâmetros internacionais de qualidade educacional e a realidade brasileira, destacando os impactos da desvalorização do trabalho no processo formativo. A análise comparativa deve oferecer subsídios para a formulação de políticas públicas mais integradas e efetivas. O estudo busca contribuir com reflexões sobre o papel social da educação básica, promovendo a interlocução entre qualidade do ensino e valorização do trabalho, conforme diretrizes de organismos internacionais.
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XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
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