Educação Musical Inclusiva: uma experiência no Curso de Musicalização Infantil
Eixo: Infância e Educação Infantil
Palavras-chave: Educação Musical Especial; Autismo; Musicalização Infantil
Contextualização e justificativa da prática desenvolvida
O presente relato refere-se à prática educativa realizada com um aluno de 4 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), suporte nível 1, numa das turmas do curso de Musicalização Infantil da Unimontes. As aulas, de 50 minutos, ocorriam semanalmente às sextas-feiras, entre 02 de agosto a 29 de novembro de 2024. A musicalização, enquanto prática pedagógica, mostra-se uma ferramenta potente para promover o desenvolvimento musical e extramusical de crianças com TEA, justificando a necessidade de sua oferta de forma contínua e planejada.
Problema norteador e objetivos
O desafio consistiu em promover a inclusão e o desenvolvimento musical e interpessoal do aluno em um contexto coletivo de aprendizagem, respeitando suas especificidades. A prática foi norteada pela questão: Quais os impactos da musicalização infantil no desenvolvimento da interação social, atenção e habilidades musicais de uma criança com TEA? O objetivo geral da prática foi investigar os efeitos da musicalização infantil no desenvolvimento de habilidades musicais e extramusicais de uma criança com TEA, a partir da participação no Curso de Musicalização Infantil da Unimontes.
Procedimentos e/ou estratégias metodológicas
As aulas incluíam atividades musicais lúdicas, uso de instrumentos musicais variados, percussão corporal, exploração sonora e canções que favoreciam a participação ativa. Estabelecemos uma relação próxima ao responsável pela criança e um dos professores a acompanhava nas aulas. Situações de rotina como relaxamento e despedida foram adaptadas com estímulos visuais e sonoros. A mediação constante entre professor e aluno permitiu uma atuação mais efetiva diante de episódios de desinteresse ou agitação, especialmente após mudanças em seu contexto familiar, com a ausência da mãe para trabalhar em outra cidade.
Para avaliação, utilizamos registros audiovisuais, observações das aulas e debates sobre a evolução do aluno em reuniões semanais.
Fundamentação teórica que sustentou/sustenta a prática desenvolvida
A prática foi fundamentada por autores como Geretsegger et al (2014), Menezes (2019), Almeida Filho (2020), Rocha e Ribeiro (2021), que discutem a ação da prática musical no desenvolvimento musical e extramusical de crianças com TEA.
Resultados da Prática
Ao longo do semestre, observou-se uma evolução significativa na comunicação intencional do aluno, na capacidade de interagir com colegas e professores e no interesse por instrumentos e atividades rítmicas. Apesar das dificuldades nos momentos de menor estímulo, como relaxamento e despedida, o aluno apresentou avanço no reconhecimento de elementos musicais, como altura e intensidade, e no envolvimento na criação musical de forma espontânea. As alterações em seu comportamento nas últimas semanas, em virtude da ausência materna, reforçaram a importância da estabilidade emocional no processo de aprendizagem.
Relevância social da experiência para o contexto/público destinado e para a educação e relações com o eixo temático do COPED
O trabalho é relevante por refletir sobre como a vivência na musicalização infantil impactou positivamente o desenvolvimento musical e extramusical do aluno com TEA.
Considerações finais
A experiência evidenciou a relevância da musicalização infantil como espaço de desenvolvimento integral para crianças com TEA, reafirmando a importância do olhar sensível e individualizado do educador, da adaptação metodológica constante para o seu desenvolvimento musical e extramusical.
Comissão Organizadora
XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
Comissão Científica