A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica e exerce um importante papel no processo de desenvolvimento das crianças de 0 a 5 anos de idade. Ela também se constitui “como um espaço de aprendizagens e de ludicidade, respeitando a criança, auxiliando-a no desenvolvimento de suas capacidades e construção do conhecimento” (Pinheiro; Ziede, 2014, p.77). Compreendemos que essa fase escolar deve favorecer o desenvolvimento emocional, social, motor, linguístico, entre outros. Nessa perspectiva, promover contextos de aprendizagem requer considerar as especificidades das diferentes infâncias, pois a criança chega à escola trazendo conhecimentos e experiências construídos na cultura em que vive e com as pessoas com quem convive. Considerando que o contato com o livro didático contribui para o desenvolvimento de habilidades e incentiva a curiosidade das crianças, o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) de 2022 trouxe uma inovação: a distribuição de materiais didáticos voltados para a Educação Infantil. Assim, as crianças em idade pré-escolar brasileiras passaram a ter acesso ao seu primeiro livro didático, e a oportunidade de iniciar uma relação emocional positiva com o processo de ensino (BRASIL, 2022). Nessa primeira edição foram aprovadas 15 obras destinadas a esse público. Essa iniciativa do governo tem suscitado pensamentos dicotômicos entre os pesquisadores e estudiosos da infância, em que alguns concebem que esse recurso pode ser um elemento que disputará espaço com as vivências de interações e brincadeiras, por outro lado, há os grupos que veem este recurso como uma ferramenta com potencial de contribuir com a prática docente e consequentemente enriquecer o processo de aprendizagem e desenvolvimento dos educandos. Nesse contexto, é importante investigar de que maneira o livro didático pode contribuir para a construção de conceitos matemáticos na Educação Infantil e compreender as orientações oferecidas aos professores para sua utilização, especialmente aquelas presentes nos manuais, que fornecem diretrizes sobre o uso em situações de aprendizagem. Assim como Brandão e Selva (1999), não defendemos uma Educação Infantil centrada apenas no desenvolvimento cognitivo. Inquieta-nos a pressa em acelerar esse processo, o que muitas vezes leva à prática de manter as crianças “sentadas e quietas” em atividades descontextualizadas e pouco significativas. É essencial oferecer experiências contextualizadas que ampliem os conhecimentos infantis com sentido. Neste estudo, recorreremos a uma abordagem qualitativa e análise documental.
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XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
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