O período de redemocratização do Brasil, iniciado historicamente em 1985, com as eleições diretas do então presidente José Sarney, simbolizou, no plano político-ideológico, uma superação da era dos extremos presente no período ditatorial varguista. Todavia, 40 anos mais tarde, em 2025, essa remodelação, nas práticas político-sociais, nem sempre está alinhada aos ditames democráticos e ao civismo, já que um dos algozes que prejudica o progresso do Brasil são as constantes denúncias de supostas corrupções. Sob essa ótica, com este trabalho, buscamos responder em que medida, pela leitura multimodal de charges, discentes poderiam (re)conhecer avaliações verbo-visuais de chargistas, especialmente acerca de pautas polêmicas. Neste estudo, fruto do projeto de pesquisa de pesquisa nº APQ-02863-22, A Promoção do Ensino-Aprendizagem da Leitura de Textos Midiáticos Multimodais na Educação Básica, financiado pela Fapemig, objetivamos descrever, analisar e discutir, como a hibridização linguística descortina o posicionamento de chargistas em charges sobre representantes políticos. Metodologicamente, de base qualitativo-interpretativista, selecionamos 2 charges, de autoria do chargista brasileiro Ismécio, publicadas no perfil oficial dele na mídia Instagram, em 2025, acerca da aparente fraude do Ministério da Previdência sobre possíveis descontos irregulares a aposentados e pensionistas. À luz disso, para a realização da análise multissemiótica, baseamo-nos nas contribuições da Linguística Sistêmico-Funcional (Halliday; Hassan, 1989; Halliday; Matthiessen, 2014[2004]), com ênfase na Gramática do Design Visual (Kres; van Leeuwen, 2021; Kress, 2006[1996]), por realçar, a partir da léxico-gramática imagética, o potencial semântico-discursivo de imagens. Nessa direção, justifica-se esta pesquisa por ampliar a competência leitora de estudantes do nível básico de ensino, na busca por possibilitar o entendimento de que não há neutralidade discursiva, sobretudo quando se analisa, no contexto vigente, polarizações político-partidárias, que se instanciam por meio de gêneros plurissignificativos (Brasil, 2018). Assim, em conformidade com os documentos parametrizadores da educação, fomentar práticas de multiletramentos na formação de cidadãos capazes de questionar e enfrentar incongruências nas diferentes instâncias de direitos constitucionalmente assegurados desde 1988.
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XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
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