Estudo que aborda relações entre educação e saúde mental, com foco na subjetividade do estudante universitário, com aporte teórico na Teoria Subjetividade (González Rey, 2017), em perspectiva histórico-cultural. Pesquisa em andamento no doutorado em Educação, na Universidade de Brasília. Como problemática destacamos o cenário de intensas transformações da Educação Superior no Brasil, nas duas últimas décadas: aumento do número instituições; implantação das Políticas de Ações Afirmativas, com ampliação do acesso sem sustentabilidade proporcional das condições de permanência; precarização cumulativa das condições de trabalho, de estrutura física, pesquisa, ensino e extensão. Soma-se a isso a cultura globalizada e neoliberal contemporânea, com relações competitivas, individualistas e patologizantes do sofrimento subjetivo. Complexidade de transformações, com impactos no cotidiano da vida acadêmica e pessoal de professores, gestores, funcionários e estudantes. Temos o objetivo de analisar como os jovens têm configurado subjetivamente suas experiências, como subjetivam o cotidiano e se mobilizam no enfrentamento dos desafios com que se deparam. Consiste em metodologia qualitativa, com estudo de casos. Os instrumentos de pesquisa consistem em entrevistas individuais com caráter dialógico e aberto; rodas de conversa e dinâmicas de grupo. As expressões dos participantes serão analisadas conforme a Metodologia Construtiva-interpretativa (MCI) (Gonzalez Rey, 2017). Como resultados parciais, fruto da revisão de literatura, as pesquisas discutem a ocorrência de situações de crises emocionais, aumento da evasão, intensificação de sofrimentos subjetivos, tentativas e concretização de suicídios no cenário das universidades brasileiras (Carvalho et al 2020; Leão, Ianni e Goto, 2019), o que justifica o aprofundamento pretendido neste estudo. Nesse contexto é destacada a importância de criação e implementação de políticas e estratégias de gestão nas universidades, com atenção à saúde mental da comunidade universitária, como condição entrelaçada aos processos educativos e à formação humana integral.
Referências
CARVALHO, J. J. (et al). Sofrimento psíquico na universidade, psicossociologia e Encontro de Saberes. Sociedade e Estado. Vol.35, n.1, p. 135-162, 2020.
LEÃO, T. M.; IANNI, A. M. Z.; GOTO. C. S. Sofrimento psíquico e a universidade em tempos de crise estrutural. Em Pauta, v. 17, n. 44, p.50-64, 2019.
Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG.
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XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
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