MULHER, NEGRA E CIENTISTA: CONTRANARRATIVAS DE MULHERES NEGRAS NAS CIÊNCIAS, TECNOLOGIAS, ENGENHARIAS E MATEMÁTICAS (STEM)

  • Autor
  • Daiane Aparecida Ribeiro Queiroz
  • Co-autores
  • Silvani dos Santos Valentim
  • Resumo
  •  

    Historicamente, o saber produzido por mulheres e sobre elas foi considerado menos relevante, por tratar de temas ligados à vida cotidiana, narrativas familiares e expressões culturais, vistos como afastados do rigor científico (Conceição; Aras, 2014). Nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, a entrada das mulheres é marcada por estereótipos que reforçam a segregação de gênero: de um lado, a crença de que disciplinas “duras” pertencem ao universo masculino influencia a escolha, desde a infância, por carreiras associadas ao cuidado, à saúde e à educação; de outro, a percepção, no meio corporativo, de que mulheres não se dedicam integralmente à profissão, em razão das responsabilidades domésticas, favorece a predominância masculina nesses campos (Araújo; Tonini, 2019). Essas desigualdades se agravam no caso das mulheres negras, que enfrentam a interseção de opressões de gênero e raça, pois, embora a inclusão feminina na ciência e na tecnologia envolva obstáculos comuns às mulheres negras e brancas, a mulher negra vivencia barreiras específicas (Lima; Braga; Tavares, 2015). Nesse sentido, o projeto objetiva narrar e analisar a trajetória profissional de mulheres negras, pesquisadoras e docentes das Instituições de Ensino Superior (IES), com vistas a identificar os obstáculos e as superações vivenciadas nesse processo, bem como identificar e relacionar marcadores sociais e suas intersecções presentes na trajetória profissional dessas mulheres. A justificativa para este estudo se assenta na necessidade de apresentar contranarrativas de mulheres cujas experiências não são geralmente contadas ou que a história majoritária distorce e silencia. Além disso, estudos sobre gênero figuram, no contexto nacional, como categoria analítica no final do século XX e, como se trata de uma temática relativamente recente, ainda há diversas lacunas que necessitam ser refletidas (Patrocino et al., 2020). Como subsídio teórico, o estudo baseia-se nos estudos pós-críticos, a partir do olhar do feminismo negro (Carneiro, 2011; Collins, 2019; hooks, 2015) e da Teoria Crítica da Raça (Solórzano; Yosso, 2002; Delgado; Stefancic, 2021), tendo como lentes de análise os princípios da contranarrativa e da interseccionalidade. Assim, esta pesquisa se insere no campo da pesquisa qualitativa e prevê, como procedimento metodológico, a realização de entrevistas narrativas com mulheres negras, pesquisadoras e docentes de Instituições de Ensino Superior. Ao lançar luz sobre essa realidade, o estudo contribuirá para dar visibilidade às trajetórias de mulheres negras que desafiam as estatísticas e transformam a ciência. 

  • Palavras-chave
  • Mulheres negras; Contranarrativas; STEM
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Educação e Diversidade
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