Introdução: O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma condição psiquiátrica crônica que afeta cerca de 2% da população mundial e é caracterizada por pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos que interferem significativamente na qualidade de vida. Nos últimos anos, a relação entre a microbiota intestinal e o cérebro, conhecida como eixo intestino-cérebro, tem sido explorada como um fator potencial no desenvolvimento e manejo de distúrbios neuropsiquiátricos, incluindo o TOC. Evidências sugerem que alterações na microbiota intestinal podem influenciar processos inflamatórios e neurológicos, contribuindo para a etiologia e sintomatologia do TOC. Objetivo: Investigar a influência da microbiota intestinal sobre os sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo, analisando os efeitos de intervenções probióticas e prebióticas como coadjuvantes no tratamento psiquiátrico. Metodologia: Estudo randomizado e duplo-cego com 100 pacientes diagnosticados com TOC, divididos em dois grupos: um grupo controle, tratado exclusivamente com inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), e um grupo experimental, que recebeu tratamento com ISRS associado a suplementos probióticos e prebióticos. As avaliações foram realizadas ao longo de 12 meses, utilizando a Escala Yale-Brown para Transtorno Obsessivo-Compulsivo (Y-BOCS) para medir a gravidade dos sintomas, além de análises microbiológicas de amostras fecais para identificar alterações na composição da microbiota. Resultados e Discussão: Os pacientes que receberam suplementação probiótica apresentaram uma redução mais significativa nos escores de Y-BOCS em comparação com o grupo controle (p<0,05). Além disso, a análise da microbiota intestinal revelou um aumento na diversidade bacteriana, especialmente de cepas benéficas, como Lactobacillus e Bifidobacterium, correlacionando-se com a melhora dos sintomas obsessivo-compulsivos. Esses achados sugerem que o equilíbrio da microbiota intestinal pode influenciar positivamente o tratamento do TOC, potencialmente modulando a inflamação e os neurotransmissores associados ao eixo intestino-cérebro.
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