Introdução: Transtornos mentais durante a gravidez representam desafios complexos para as gestantes, com implicações significativas para sua saúde e para o desenvolvimento do feto. A necessidade de cautela no uso de medicamentos devido aos possíveis riscos ao feto reduz as opções de tratamento disponíveis, enquanto a falta de dados robustos sobre a segurança desses medicamentos para gestantes limita o acesso a intervenções farmacológicas seguras. A ausência de estudos clínicos direcionados a essa população gera incertezas para profissionais de saúde e pacientes, afetando a adesão ao tratamento e a qualidade dos cuidados. Objetivo: Este estudo objetiva explorar as barreiras que restringem o acesso a medicamentos seguros para gestantes com transtornos mentais. Serão destacados obstáculos principais, incluindo percepções de risco, estigmas sociais, lacunas informacionais, barreiras econômicas e insuficiências nas políticas de saúde, visando propor estratégias que favoreçam um tratamento seguro e eficaz para essa população. Metodologia: Foi conduzida uma revisão sistemática da literatura nas bases SciELO, Medline e Lilacs, com os descritores “Gestantes”, “Medicamentos Seguros” e “Transtornos Mentais”, utilizando o operador booleano "AND". Foram incluídos artigos completos publicados entre 2020 e 2024, excluindo duplicados, artigos pagos e aqueles não diretamente relacionados ao tema. A busca inicial resultou em 85 artigos, dos quais 18 foram selecionados para análise detalhada, abordando fatores como estigmas, falta de informação e desafios econômicos que limitam o acesso a tratamentos adequados. Resultados e Discussões: Os estudos selecionados revelaram que gestantes com transtornos mentais enfrentam diversas barreiras para o tratamento seguro. A escassez de dados clínicos sobre a segurança de psicotrópicos em gestantes gera incertezas, levando à relutância em iniciar ou continuar tratamentos. A estigmatização social e a ausência de diretrizes específicas tornam o tratamento menos acessível, ao mesmo tempo que a falta de integração entre cuidados de saúde mental e saúde materna dificulta a abordagem completa das necessidades dessa população. A colaboração entre profissionais de diferentes áreas, como psiquiatria e obstetrícia, além do uso de intervenções não farmacológicas, como terapia cognitivo-comportamental, mostrou-se uma abordagem eficaz e segura para o manejo dos sintomas. Conclusão: A superação das barreiras para o tratamento de transtornos mentais em gestantes exige diretrizes clínicas específicas, uma abordagem multidisciplinar e campanhas de conscientização para reduzir o estigma. Promover a formação de profissionais para lidar com essa população vulnerável e desenvolver políticas de saúde pública integradas são ações cruciais para melhorar o acesso a tratamentos seguros e eficazes. A implementação dessas estratégias pode garantir um cuidado integral que atenda às necessidades de saúde mental das gestantes, promovendo o bem-estar tanto das mulheres quanto de seus filhos.
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