Introdução: A ventilação mecânica invasiva (VMI) é um recurso essencial nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), utilizada para assegurar a troca gasosa e o equilíbrio ácido-base em pacientes críticos com insuficiência respiratória. No entanto, seu uso prolongado está associado a complicações graves, como disfunção diafragmática induzida pelo ventilador, pneumonia associada à ventilação e polineuropatia do paciente crítico, que impactam negativamente na recuperação funcional, aumentam o tempo de internação e geram elevados custos para os sistemas de saúde. Nesse contexto, estratégias que reduzam o tempo de dependência da VMI e minimizem suas complicações têm se tornado foco de estudo. Objetivo: Analisar a influência da mobilização precoce no desmame da VMI em pacientes críticos, destacando seus benefícios na redução de complicações, sucesso da extubação e recuperação funcional. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa com buscas realizadas nas bases PubMed, Cochrane e BVS, considerando estudos publicados entre 2018 e 2023. Foram incluídos estudos sobre adultos internados em UTIs, submetidos à VMI e intervenções de mobilização precoce, excluindo trabalhos sobre Covid-19 e transplantes cardíacos. Após critérios de elegibilidade, 8 estudos foram analisados. Resultados e Discussão: Os estudos revisados demonstraram que a mobilização precoce, incluindo exercícios respiratórios, fortalecimento muscular e mobilidade progressiva, contribui para a redução do tempo de ventilação, melhora da função diafragmática e aumento da taxa de sucesso do desmame. Estratégias como protocolos progressivos de mobilização e exercícios respiratórios intensivos mostraram impacto positivo no índice de extubação bem-sucedida. Apesar das barreiras para a implementação, como sedação e dispositivos invasivos, a mobilização precoce provou ser segura e eficaz quando realizada com uma abordagem multidisciplinar. Conclusão: A mobilização precoce desempenha papel fundamental no desmame da VMI, promovendo redução do tempo de ventilação e complicações associadas, além de melhorar os desfechos funcionais. Mais estudos são necessários para padronizar protocolos e superar barreiras na prática clínica.
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