Introdução: A pecuária bovina, particularmente nas cadeias leiteira e de corte, exige métodos reprodutivos eficazes para aumentar a produtividade e satisfazer as necessidades do mercado. Neste cenário, a utilização de hormônios em protocolos de sincronização do ciclo estral, como as prostaglandinas (PGF2?), se tornou uma prática habitual e indispensável. Estes protocolos, que englobam o Ovsynch e suas variações, possibilitam a indução e sincronização do estro, permitindo a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) e a transferência de embriões em tempo fixo (TETF). Isso ajuda a diminuir o intervalo entre partos e a elevar as taxas de concepção nas fazendas. No entanto, o uso frequente e indiscriminado desses hormônios pode gerar riscos reprodutivos e ambientais, que precisam ser devidamente considerados?. Objetivo: Os objetivos deste trabalho incluem a análise dos riscos associados ao uso contínuo de prostaglandinas, a identificação dos fatores que impactam a eficiência dos protocolos e a discussão de estratégias para mitigação dos riscos, garantindo o equilíbrio entre produtividade e sustentabilidade?. Métodos: A metodologia utilizada envolveu uma extensa revisão bibliográfica de artigos científicos, dissertações e teses que discutem a implementação de protocolos hormonais em bovinos e suas consequências na reprodução e no meio ambiente. Foram selecionados estudos que exploram tanto os aspectos fisiológicos relacionados quanto os fatores de risco, tais como falhas na resposta hormonal, descarte impróprio de resíduos e poluição ambiental. Além disso, consideraram-se pesquisas que analisam práticas de manejo e estratégias de mitigação dos efeitos adversos do uso de hormônios?. Resultados: Os resultados indicam que, apesar da eficácia dos protocolos hormonais para sincronização do ciclo estral, o uso contínuo e indiscriminado de prostaglandinas pode resultar em resistência hormonal, falhas na concepção e aumento das perdas embrionárias. Esses efeitos são comumente ligados a níveis baixos de progesterona e insuficiência do corpo lúteo, prejudicando o crescimento do embrião e a continuidade da gravidez. Ademais, o uso exagerado de hormônios pode aumentar a proporção de vacas descartadas por problemas reprodutivos, afetando de forma negativa a viabilidade econômica das fazendas. As pesquisas também destacam os perigos ambientais resultantes da eliminação imprópria de resíduos hormonais. Os resíduos de dispositivos intravaginais e soluções injetáveis têm potencial para poluir o solo e a água, prejudicando o ecossistema e colocando em perigo a saúde da população. A avaliação de amostras de água em propriedades rurais indicou a presença de hormônios, destacando a importância de métodos corretos de descarte e uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) pelos funcionários que manuseiam esses produtos. Um outro ponto relevante é a ausência de entendimento entre criadores e veterinários sobre a gestão segura dos hormônios. Numerosos desconhecem os prazos de carência e negligenciavam as instruções para o descarte adequado dos resíduos, elevando o perigo de contaminação e exposição desnecessária. Conclusão: Conclui-se que a utilização segura e eficaz de prostaglandinas necessita de um planejamento meticuloso, supervisão técnica e formação contínua dos profissionais envolvidos. Sugere-se o uso consciente dos protocolos, cumprindo as regras de descarte e os prazos de carência, além de implementar práticas que assegurem a sustentabilidade da produção. Assim, podemos reduzir os riscos reprodutivos e ambientais, incentivando uma pecuária eficaz, sustentável e em conformidade com as demandas do mercado mundial.
Comissão Organizadora
Editora Lion
Comissão Científica