Introdução: O protozoário Toxoplasma gondii, de distribuição mundial, é o responsável pela toxoplasmose, uma zoonose significativa que impacta humanos e animais. Os gatos domésticos (Felis catus) constituem o único hospedeiro permanente do parasita, eliminando oocistos infectantes no meio ambiente, o que favorece sua propagação e perigo zoonótico. Pesquisas que examinam o perfil epidemiológico de gatos domésticos são essenciais para entender os fatores de risco ligados à infecção, particularmente em regiões urbanas e rurais no Brasil. Objetivos: Revisar dados sobre a soroprevalência de Toxoplasma gondii em gatos domiciliados e errantes, avaliar fatores de risco ambientais e comportamentais associados à infecção e discutir implicações zoonóticas. Metodologia: Uma revisão bibliográfica de pesquisas publicadas entre 2016 e 2022 foi conduzida, concentrando-se em dissertações e artigos científicos que trataram da prevalência sorológica, métodos de diagnóstico e fatores de risco. Foram incorporadas informações sobre métodos como a hemaglutinação indireta (HAI) e a imunofluorescência indireta (RIFI), bem como a coproparasitologia. O estudo deu ênfase à conexão entre as taxas de infecção e as propriedades ambientais dos locais analisados. Resultados: A prevalência de soroprevalência em gatos residentes foi de 23,8%, enquanto em gatos errantes foi de 18%, com maior exposição em regiões com acesso a fontes ambientais poluídas e presas silvestres. A técnica HAI e RIFI apresentaram uma copositividade de 6,7%, sublinhando a importância de métodos combinados para uma sensibilidade superior. Não foram detectados oocistos em amostras de fezes, sugerindo uma excreção ocasional. Em zonas urbanas, o número elevado de gatos aumenta os perigos zoonóticos, enquanto que em zonas rurais, o convívio com habitats selvagens eleva a probabilidade de exposição. Conclusão: Gatos domésticos representam um importante reservatório para T. gondii, apresentando variações no perfil epidemiológico entre regiões urbanas e rurais. São fundamentais estratégias de gestão responsável, controle de população e educação pública para minimizar os perigos zoonóticos. É evidente a necessidade de pesquisas longitudinais e interdisciplinares para aprofundar o entendimento do efeito da infecção em variados cenários epidemiológicos no Brasil.
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