Introdução: O traumatismo raquimedular (TRM) compreende lesões traumáticas na medula espinhal, frequentemente associadas a déficits neurológicos que podem ser temporários ou permanentes. Tais lesões são classificadas em completas, quando há ausência total de função abaixo do nível da lesão, e incompletas, nas quais ocorre preservação parcial das funções motoras ou sensoriais. Entre os exemplos mais comuns destacam-se fraturas vertebrais que comprometem a medula espinhal, bem como lesões decorrentes de acidentes automobilísticos, quedas ou práticas esportivas. Objetivo: Assim, o presente estudo tem como objetivo analisar o manejo e as atualizações no prognóstico do trauma raquimedular através de uma revisão de literatura atualizada. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura atualizada que utilizou como base de dados o PubMed, Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde e Latindex, buscando artigos científicos – experimentais ou não – publicados entre 2020 e 2024 que abordassem acerca do TRM no eixo de seu manejo e prognóstico. Foram excluídos artigos que não estivessem publicados em espanhol, inglês ou português, além daqueles que não estavam disponíveis gratuitamente. Assim, ao final da análise interpares cegos entre os revisores foram analisados 28 artigos, dos quais apenas 13 foram incluídos nos resultados, sendo os demais utilizados na discussão, uma vez que não atendiam ao questionamento “Quais são os desafios no manejo do TRM?”. Resultados: O manejo do traumatismo raquimedular requer uma abordagem sistemática e multidisciplinar inicialmente com a avaliação deve seguir o protocolo ABCDE (Airway, Breathing, Circulation, Disability, Exposure), com atenção especial à estabilização da coluna vertebral para evitar movimentos adicionais que possam agravar a lesão. A imobilização, realizada com colares cervicais e talas, é essencial para proteger a medula espinhal durante o transporte e os primeiros atendimentos. Em casos de compressão medular significativa, fraturas instáveis ou desalinhamento do eixo vertebral, o tratamento cirúrgico torna-se necessário. Posteriormente, a reabilitação desempenha papel fundamental, envolvendo fisioterapia, terapia ocupacional e suporte psicológico para maximizar a recuperação funcional e a qualidade de vida dos pacientes. No que se refere ao prognóstico, avanços recentes têm contribuído para melhores desfechos. Melhorias nas técnicas cirúrgicas e nos programas de reabilitação resultam em maior preservação funcional. Além disso, novas abordagens, como o uso de terapias celulares e estratégias de neuroproteção, estão sendo investigadas com o objetivo de potencializar a recuperação após TRM. Estudos indicam que intervenções precoces, tanto no manejo inicial quanto no início da reabilitação, podem impactar positivamente os resultados, enfatizando a importância de um atendimento ágil e qualificado. Conclusão: O manejo do traumatismo raquimedular apresenta desafios importantes, especialmente devido à necessidade de intervenções rápidas e eficazes para prevenir danos irreversíveis. A estabilização inicial, associada às estratégias cirúrgicas e de reabilitação personalizada, reflete a complexidade do cuidado integral. Apesar dos avanços técnicos e terapêuticos, a recuperação funcional plena ainda enfrenta limitações, reforçando a importância de pesquisas externas para terapias inovadoras, como neuroproteção e terapias celulares. A reflexão sobre os resultados evidencia a relevância de um atendimento multidisciplinar e precoce, que não apenas reduz morbidades, mas também melhora a qualidade de vida dos pacientes, exigindo investimentos contínuos em formação e recursos.
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