Introdução: A dor em recém-nascidos prematuros é frequentemente associada a fatores como procedimentos invasivos (ex. punções e intubações), condições médicas (como infecções e doenças respiratórias) e estímulos ambientais (incluindo ruídos e luz intensa). Estudos epidemiológicos indicam que até 80% dos recém-nascidos prematuros vivenciam dor durante a internação na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN), refletindo a alta prevalência dessa condição. Este quadro exige atenção especializada para a gestão eficaz da dor, considerando suas múltiplas causas e impactos no desenvolvimento e bem-estar do recém-nascido. Objetivo: Analisar as opções terapêuticas para o manejo da dor em recém nascidos prematuros através de uma revisão de literatura integrativa. Metodologia: A presente revisão integrativa teve como objetivo analisar as opções terapêuticas para o manejo da dor em recém-nascidos prematuros, abordando tanto intervenções farmacológicas quanto não farmacológicas. Foram consultadas as bases de dados LILACS, PUBMED, LATINDEX e SCIELO, selecionando artigos completos gratuitos publicados entre 2014 e 2024, nos idiomas inglês, espanhol ou português. A estratégia de pesquisa seguiu a pergunta PICO: "Quais são as opções terapêuticas mais eficazes para o manejo da dor em recém-nascidos prematuros?" Os critérios de inclusão envolveram artigos revisados por pares e com relevância para o tema, enquanto os de exclusão abrangeram estudos com amostras pequenas ou metodologias inadequadas. Os descritores (DECs) utilizados foram "Recém-Nascido Prematuro", "Manejo da Dor", "Analgésicos", "Terapias Não Farmacológicas", e "Intervenções Comportamentais". A seleção foi realizada por dois revisores cegos, utilizando a plataforma Rayyan, e, ao final, 18 estudos foram incluídos na análise. Resultados: O manejo da dor em recém-nascidos prematuros envolve opções terapêuticas tanto farmacológicas quanto não farmacológicas. Entre os analgésicos farmacológicos, destacam-se os opioides, como morfina e fentanil, para dor moderada a severa, e os analgésicos não opioides, como paracetamol, para dor leve a moderada. No contexto não farmacológico, intervenções comportamentais, como a técnica canguru e a sucção não nutritiva, além de terapias complementares, como música suave e massagem, têm se mostrado eficazes. Embora os opioides sejam eficazes, eles podem causar efeitos adversos, como depressão respiratória, sedação excessiva, dependência e síndrome de abstinência quando utilizados por períodos prolongados. O manejo adequado da dor é essencial para melhorar os resultados clínicos, reduzir o estresse e promover o desenvolvimento neuropsicomotor dos recém-nascidos. Dados indicam que as intervenções não farmacológicas podem diminuir significativamente a percepção da dor, sendo recomendadas em protocolos de cuidados neonatais. Considerações finais: A análise das opções terapêuticas para o manejo da dor em recém-nascidos prematuros revela a importância de uma abordagem integrada, combinando intervenções farmacológicas e não farmacológicas. Estudos indicam benefícios significativos de terapias não farmacológicas, como a sucção não nutritiva, para aliviar a dor. Dado o impacto da dor no desenvolvimento neuropsicomotor, é essencial que novas pesquisas explorem estratégias mais eficazes e seguras, promovendo melhores resultados para essa população vulnerável.
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