A toxoplasmose gestacional é uma infecção causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, adquirida durante a gestação, que pode gerar consequências graves devido à transmissão vertical, dependendo do estágio gestacional. Durante o primeiro trimestre, o risco de transmissão é menor (10% a 15%), mas pode resultar em abortos espontâneos ou malformações graves. Já no terceiro trimestre, o risco aumenta para até 80%, com possíveis complicações menos severas, mas ainda relevantes, como problemas oculares e neurológicos. O diagnóstico pré-natal baseia-se em exames sorológicos para detecção de anticorpos IgM e IgG. Em casos confirmados, exames complementares como ultrassonografia fetal e amniocentese avaliam a transmissão e suas consequências. O tratamento inicial envolve o uso de espiramicina para prevenir a transmissão ao feto, enquanto infecções confirmadas no feto demandam a combinação de pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico. A prevenção da toxoplasmose gestacional inclui medidas como evitar carnes cruas, lavar alimentos adequadamente e evitar contato com fezes de gatos. O rastreamento sorológico no pré-natal é essencial em regiões de alta prevalência, reforçando a importância da vigilância epidemiológica e da Atenção Primária à Saúde (APS). Este estudo adota uma revisão integrativa da literatura para investigar a integração entre a Vigilância Epidemiológica (VE) e a APS no enfrentamento da toxoplasmose gestacional e congênita. A metodologia seguiu critérios rigorosos, incluindo revisão de publicações entre 2019 e 2024 em bases como PubMed e LILACS. Foram analisados artigos originais e documentos oficiais relacionados ao tema. Os resultados destacam a importância da VE no monitoramento de casos, identificação de grupos de risco e implementação de estratégias de controle, enquanto a APS desempenha papel central no rastreamento sorológico, diagnóstico precoce e orientação preventiva. A interação entre VE e APS ocorre por meio de troca de informações e ações coordenadas, como campanhas educativas e manejo integrado de gestantes e recém-nascidos expostos. Apesar de avanços, desafios como subnotificação, falta de protocolos e desigualdades no acesso comprometem a efetividade da integração. Superar essas barreiras requer investimento em capacitação e fortalecimento do sistema de saúde. A articulação entre VE e APS é essencial para prevenir complicações, promover melhores desfechos materno-infantis e fortalecer a saúde pública.
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