Introdução: As zoonoses relacionadas a animais de estimação não convencionais, como répteis, aves e roedores, representam um crescente desafio à saúde pública. Essas espécies podem ser hospedeiras de patógenos zoonóticos significativos, como Salmonella spp., Chlamydia psittaci e Hantavírus, amplificando o risco de transmissão para humanos, especialmente em contextos urbanos. A interação inadequada entre humanos e esses animais, aliada à falta de regulamentação do comércio e manejo, eleva os riscos de emergência e reemergência de zoonoses. Objetivo: Revisar as principais zoonoses associadas a répteis, aves e roedores mantidos como animais de estimação, discutindo os aspectos clínicos, modos de transmissão, riscos à saúde pública e estratégias de prevenção no contexto brasileiro. Métodos: Foi realizada uma revisão narrativa da literatura em bases como LILACS, SciELO e MEDLINE, abrangendo artigos publicados entre 2000 e 2020. Foram incluídos estudos e manuais técnicos que abordassem zoonoses relacionadas a répteis, aves e roedores. As informações foram categorizadas por agente etiológico (vírus, bactérias, fungos, protozoários e helmintos) e analisadas com base na relevância clínica e nas implicações para a saúde pública. Resultados e Discussão: Zoonoses transmitidas por répteis, como a salmonelose, apresentam alta prevalência, com surtos registrados em crianças devido ao manuseio inadequado desses animais. Aves ornamentais, como papagaios, são fontes de Chlamydia psittaci, agente da psitacose, que pode causar pneumonia grave em humanos. Já roedores, como hamsters, estão associados à transmissão de Hantavírus e Leptospira spp., com quadros clínicos que variam de sintomas leves a doenças fatais. A ausência de políticas públicas específicas para o manejo e a fiscalização desses animais agrava os riscos. A abordagem integrada da saúde única (One Health) e a educação da população são fundamentais para mitigar os impactos dessas zoonoses. Considerações finais. O crescimento na posse de animais de estimação não convencionais demanda atenção redobrada em saúde pública. Medidas como regulamentação do comércio, monitoramento de zoonoses, campanhas educativas e adesão ao conceito de saúde única são essenciais para reduzir os riscos zoonóticos e proteger a saúde humana e animal.
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