Introdução: A cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) é uma intervenção terapêutica essencial para pacientes com Doença Arterial Coronariana (DAC), com o objetivo de prolongar a vida, aliviar sintomas e proteger o miocárdio isquêmico. A CRM pode ser realizada com ou sem circulação extracorpórea (CEC), sendo que a técnica sem CEC apresenta menores índices de complicações devido à ausência de resposta inflamatória sistêmica associada à CEC. Objetivo: Estudos evidenciam redução da mortalidade em pacientes com alta carga isquêmica tratados com CRM. Este estudo analisou a mortalidade associada aos dois métodos de CRM no Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2017 e 2022. Metodologia: Os dados foram extraídos do DataSUS, via TabNet, abrangendo procedimentos hospitalares do SUS no Brasil entre 2017 e 2022. Foram analisadas revascularizações do miocárdio com e sem circulação extracorpórea, incluindo intervenções com dois ou mais enxertos, para avaliar padrões e resultados no período. Resultados e Discussão: Os dados mostram maior taxa de mortalidade na CRM com CEC em 2018 (7,64), reduzindo nos anos seguintes: 2019 (5,43), 2020 (6,32), 2021 (6,63) e 2022 (5,06). A CRM com CEC com 2 ou mais enxertos teve a segunda maior taxa geral (5,82). A menor mortalidade foi observada na CRM sem CEC com 2 ou mais enxertos (2,6 em 2021) e na CRM sem CEC em geral (3,34 no período). Contudo, a mortalidade da CRM sem CEC aumentou de 3,04 (2017) para 6,1 (2022), possivelmente devido à mudança no perfil dos pacientes, conforme sugere a American Heart Association. Considerações Finais: A investigação conduzida evidencia uma elevação significativa na taxa de mortalidade associada aos procedimentos de CRM com CEC. Contudo, chama atenção o fato de que a mortalidade da CRM sem CEC apresentou um incremento expressivo, praticamente duplicando ao longo do período analisado. Tal achado ressalta a relevância de aprofundar as análises para identificar os fatores subjacentes a esse agravamento no contexto nacional. Adicionalmente, emerge a necessidade premente de estudos comparativos que avaliem os índices de morbimortalidade entre as distintas abordagens cirúrgicas de revascularização miocárdica, visando elucidar as vantagens e limitações inerentes a cada técnica e aprimorar os desfechos clínicos.
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