Introdução: A ruptura do ligamento cruzado cranial (RLCCr) é uma das principais causas de claudicação em cães, frequentemente associada a fatores degenerativos ou traumáticos. Essa condição resulta em instabilidade articular, dor significativa e progressão para osteoartrite (OA). Lesões secundárias, como danos ao menisco medial, são comuns, agravando o quadro clínico. As técnicas de osteotomia de nivelamento do platô tibial (TPLO) e avanço da tuberosidade tibial (TTA) são amplamente utilizadas no tratamento cirúrgico da RLCCr, visando alterar a biomecânica articular para proporcionar estabilidade dinâmica sem reconstrução ligamentar direta. Objetivo Este trabalho revisa e contrasta as técnicas TPLO e TTA no tratamento da RLCCr, com foco em aspectos biomecânicos, recuperação funcional, consolidação óssea e complicações pós-operatórias. Métodos: Foi realizada uma revisão narrativa da literatura (2013–2022) em bases como PubMed, Scopus e Google Scholar. Foram analisados estudos experimentais, revisões sistemáticas e metanálises que abordaram eficácia biomecânica, complicações e percepção dos proprietários. Palavras-chave como “cranial cruciate ligament rupture AND TPLO AND TTA” foram utilizadas. Resultados e Discussão: Ambas as técnicas demonstram eficácia na estabilização articular em cães com RLCCr. Dados cinéticos mostram aumento do pico de força vertical e tempo de contato no membro tratado em até 90 dias. A TPLO destaca-se em cães com ângulo do platô tibial (APT) >27°, enquanto a TTA é mais vantajosa em casos menos complexos, devido à menor invasividade e recuperação inicial mais rápida. Radiografias evidenciam consolidação óssea total em 90 dias para TPLO e 75% para TTA no mesmo período. A TTA apresenta menor incidência de complicações, como infecções e instabilidade do implante. Além disso, terapias complementares, como fisioterapia e plasma rico em plaquetas (PRP), potencializaram a recuperação e reduziram o desconforto pós-operatório. Conclusão: Ambas as técnicas são eficazes, com indicações específicas. A TPLO é ideal para cães maiores e com alta demanda biomecânica, enquanto a TTA é preferível para casos menos complexos. Terapias adjuvantes são essenciais para otimizar os resultados e acelerar a recuperação. Estudos futuros devem explorar desfechos de longo prazo para personalizar ainda mais o tratamento da RLCCr.
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